FIFA quer transformar futebol num jogo de xadrez

Segundo fontes seguras terão revelado ao Insónia, a FIFA estará a preparar-se para aplicar duras punições aos clubes cujos adeptos venham eventualmente a revelar comportamentos não coadunáveis com a alegada salubridade do mundo futebolístico. Deste modo, não só os casos de manifestações racistas deverão ser devidamente punidos, como também todo e qualquer tipo de comportamento discriminatório. Deverão por isso passar a ser proibidos dentro dos estádios cachecóis, camisolas e afins que ostentem símbolos de clubes. Tal medida pretenderá prevenir que as equipas em confronto não se sintam lesadas pela discriminação dos adeptos da equipa adversária. Poderão também vir a ser alvo da severíssima mão pesada das chamadas fufas (autoridades judiciais da FIFA), quaisquer cânticos e hinos que não sejam clara e inequivocamente em favor da essência do futebol em si. Deste modo, pretender-se-á pôr cobro à exclusividade de certos hinos atentatórios da dignidade dos clubes sem hinos idênticos. Porém, graves dúvidas assolam já as altas patentes da FIFA sobre o que fazer aos árbitros e às camisolas dos guarda-redes. Parecem haver propostas em cima da mesa que pretenderão inclusive acabar com os árbitros, assim como com a nada pedagógica figura do guarda-redes. Em vez de árbitros passará o jogo a reger-se em regime de autogestão, devendo para isso todos os jogadores e adeptos ser alvo de cursos de formação profissional com vista ao inteiro respeito pelas regras do jogo. Os guarda-redes poderão também vir a desaparecer, assim como as balizas, devendo em seu local ser substituídos por defesas da equipa adversária que defendam campo inimigo. Com tais gestos, provavelmente implementados já na próxima época, propõe a FIFA uma lição de desportivismo e fairplay ilimitados e incontornáveis. É ainda provável que dentro muito em breve nenhuma equipa possa ter um jogador que outra equipa não possua. Ou seja, passará a haver um Eto’o para cada clube contra o qual o clube de Eto’o venha a jogar. Tudo isto a bem da clareza desportiva e a mal de toda e qualquer manifestação de racismo nos estádios de futebol.