29.6.06

FADO KAPITAL

À porta da discoteca Kapital
há gente à espera de um lugar vistoso
pra lá da porta onde um vaso cheiroso
concede a entrada a quem não fica mal

Há quem espere aí tempos infinitos
em bicos de pés com o nariz à espreita
Não cabem todos a porta é estreita
e o sol da noite só nasce prós bonitos

Lá dentro, armas e armanis imitadas
por copos de cerveja com gente por trás;
planetas e estrelas, maravilhas atrás
de outras, conversas d’oiro marchetadas:

"Já estou super-farta de noitadas"
"Olá sua marota como vai a Mimi?"
"Vem aí o deputado … então por aqui?"
"Fui para a neve ó parti as queixadas"

"Mamas daquelas só de silicone"
"Ele é tão simples e gosta tanto de mim"
"Agora pago eu ai não seja assim"
"Foi apanhada coa boca no trombone"

Assim se veste a alma e passa a hora
Conversa amiga cool e mais da moda
Numa só noite ter a vida toda!...
Beijinho mais beijinho fui-me embora

Rui Costa

1 Comments:

At 12:29 da manhã, Blogger Unknown said...

assim sim, temos Rui.

 

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