9.9.06

Loose Change

Loose Change
Acabei há pouco de ver na RTP 2 um “documentário conspiratório” (digam lá se não é uma boa expressão) chamado Loose Change. É sobre os atentados levados a cabo nos EUA nesse fatídico 11 de Setembro de 2001. Segundo o autor do documentário, Dylan Avery, tudo não passou de uma trafulhice montada ao mais alto nível para manipular o povo norte-americano. Objectivo: ganhar milhões e milhões de dólares. Chamadas de telemóveis em pleno voo nunca terão existido, o Pentágono jamais poderá ter sido atingido por um avião, as Torres Gémeas desmoronaram devido a um excelente esquema de explosões arquitectado previamente, os terroristas que supostamente iriam nos aviões estão todos vivos e de saúde, a confissão de Osama bin Laden é falsa, etc. Em suma, a Al-Qaeda não teve culpa nenhuma no assunto, o Estado norte-americano está nas mãos de uns al capones sem lei, nem rei, nem fé. É a sina da América. No final, em que ficamos? O 11 de Setembro aconteceu. O que aconteceu, não sabemos. Sabemos apenas que aconteceu. Se calhar Bin Laden nem existe, é um heterónimo de Bush, as armas de destruição em massa iraquianas foram todas aplicadas nas Torres Gémeas e no Pentágono, o Jim Morrison está vivo e até habita na Benedita. Mais: se Bush não espirrasse, o Katrina nunca teria acontecido.
Adenda (às 12:00): O artigo de Vítor Dias, no Público de ontem, afina-se pelo mesmo diapasão. Na senda de uma justiça que a memória nunca fará às vítimas da fome, Vítor Dias lembra ao lado dos «cerca de três mil mortos» no 11 de Setembro de 2001 o «meio milhão de comunistas e outros democratas assassinados na Indonésia em 1961», os «milhares cidadãos de esquerda mortos e torturados (…) na sequência do golpe de Pinochet», mais «duas centenas de milhares de mortos entre a população civil como consequência das duas invasões norte-americanas do Iraque». Enfim, mortos com mortos se pagam. Sobre o 11 de Setembro propriamente dito, apesar de revelar prudência e pouco entusiasmo «em relação às chamadas “teorias da conspiração”», Vítor Dias lá vai conspirando na base de «muitas perguntas que continuam sem resposta». São duas:

1. - «nem mesmo o maior adversário das “teorias da conspiração” pode achar normal que, a seguir a 11 de Setembro, quando o céu americano estava totalmente interdito a voos e quando 200 mil aviões privados estavam proibidos de voar, tenha sido permitido que 140 sauditas, ligados à família real e incluindo numerosos familiares de Osama bin Laden, primeiro através de voos internos e depois internacionais, abandonassem rapidamente os EUA»;

2. - «as seiscentas páginas do relatório da comissão de inquérito “independente e bipartidária” sobre o 11 de Setembro “não menciona uma única vez as especulações financeiras que precederam o 11 de Setembro» que levam a crer «que alguém sabia que alguma coisa se ia passar».

É certo que o documentário de Dylan Avery é bem mais maquiavélico e pode ser considerado injusto colocar no mesmo patamar de reflexão o artigo de Vítor Dias, mas ambos denotam uma desconfiança profunda sobre a ocorrência. As dúvidas hão-de sempre persistir, até porque a “Administração Bush” nunca se esforçou minimamente para dissipá-las, tantas que têm sido as mentiras atiradas aos olhos do mundo. O que eu sei é que quem quer que tenha ganho alguma coisa com o 11 de Setembro de 2001, deve neste momento estar-se nas tintas para estas “teorias da conspiração”. Até porque depois do 11 de Setembro de 2001 já houve o 11 de Março de 2004, em Madrid, e o 7 de Julho de 2005, em Londres.

5 Comments:

At 2:51 da manhã, Anonymous Anónimo said...

"No final, em que ficamos?"

Pensamos, meu caro. Pensamos. Em vez de engolir de olhos fechados o que nos querem à força dar de comer.

Uma das primeiras frases (escritas) do filme é "à vossa consideração". E é nisso que ficamos.

 
At 1:19 da manhã, Anonymous Anónimo said...

o Thierry Meyssan fala dessa "impostura" (como lhe chama) desde 2002 pelo menos.
Rui Costa

 
At 1:23 da tarde, Blogger Alvaro said...

Quem saiu a ganhar? A perder já sabemos de alguns. Enquanto dúvidas persistirem, jamais compreenderemos quantos perderam, ou se todos somos perdedores nesta história mal contada.
Se é certo que LOOSE CHANGE (2 ed.) parece ampliar tudo aquilo de que se possa duvidar por ser menos claro ou plausível, também não é menos verdade que há aspectos que carecem de investigação profunda, como o "avião" do Pentágono e a especulação em opções da AA e da Boeing que antecedeu o atentado às torres.
Por outro lado, também não posso deixar de pensar que, por muito inverosímil que uma conspiração desta grandeza possa parecer, estamos a falar de fulanos que já mataram presidentes do seu próprio país – e que, de resto, pouco fizeram para que isso fosse esclarecido – e de outros países, assassinaram populações sob pretextos ainda menos consubstanciados do que estas "teorias", alimentam diariamente mentiras sem qualquer pudor e, além disso, fartam-se de ganhar dinheiro à conta das mentiras que alimentam (sim, sim, "é o petróleo, estúpido!").
Eu diria, em resumo, que qualquer implausibilidade inerente a estas teorias da conspiração é de longe ultrapassada pela realidade. E o pior é que todos sabemos.

 
At 10:55 da tarde, Blogger JMS said...

Loose Change é um documentário onde legítimas dúvidas aparecem misturadas com teorias absurdas e informações erróneas. Mas vê lá se isto não é de tirar o sono a um franciscano:

www.911research.wtc7.net/sept11/analysis/anomalies.html

 
At 3:32 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Eu creio ser exagerado mas muito da realidade que não vemos, ou seja, o que acentece de verdade nos bastidores do governo americano...diga-se de passagem a série 24 horas, que relata as conspirações e cagadas do governo americano tudo em busca do tão sonhado petróleo.

 

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