13.11.07

O INCIDENTE

A minha reflexão sobre o incidente mereceu um comentário do GAF. Devo dizer que depois de muitas horas a perscrutar o incidente, cheguei à conclusão que ora repito: «A intervenção do Rei de Espanha ficará apenas para a política internacional como a agressão de Scolari a um jogador sérvio ficou para o futebol europeu.» Para aqui ter chegado foi necessária toda uma reflexão profundíssima, horas e horas de pensamento, da qual não estou disposto a dar mão. A verdade é que, e sem cinismo, toda a comparação pode ser interpretada de muitas maneiras. A minha intenção era simples: não vejo gravidade no incidente que justifique tanto alarde. Repito que não me parece que o rei tenha mandado calar Chávez (só chamei suíno ao suíno duas vezes, caro GAF, e não foi como argumento político; seja como for, remeto-o para outros posts insones sobre suinicultura (aqui e aqui) para que possa entender ser a minha relação com o animal triunfante, de facto, algo traumatizada). Gostava que o rei tivesse mandado Hugo Chávez calar-se para que, pelo menos, se justificasse o alarido. Como não o fez, o que me parece é que há mais vontade de conversa que outra coisa. No entanto, há reacções interessantes que merecem um comentário: como a de que o índio não se deixou calar por um Bourbon. É uma reacção muito interessante, na medida em que não resiste a interpretar o incidente senão à luz das peculiaridades “genéticas” dos implicados. Trata-se de um preconceito muito curioso, pois aponta para a impossibilidade de um julgamento indiferente, como se todos os factos políticos, hoje em dia, só pudessem ser interpretados e julgados à luz da história que pesa sobre as costas dos implicados. Especulo: e se o rei fosse um índio da América do Sul e Chávez o presidente de uma potência ex-colonizadora? Que o rei seja branco e lhe pese a história no costado, que o presidente seja vermelho e lhe saltem da boca perdigotos de déspota cada vez que fala, deverá ser reduzido ao facto de um ter sido colonizador e o outro colonizado? Bem, se formos por aí, que se calem já todos. Sinto-me eu no direito de vos mandar calar, pois que, não sendo solteiro, sempre fui bom rapaz, nunca fiz mal a ninguém, tenho as mãos tão limpas, apesar das micoses, como as de Pilatos aquando do julgamento do Senhor, só sou português por acidente. Chávez não presta, é um ditador. E não é por muitos daqueles a quem ele chama nomes também não prestarem que ele me merecerá alguma consideração. Nada naquele incidente me conforta ou consola, muito menos o andar-se a perder tempo com o mesmo.
Adenda: ler, sobre este assunto, Tiago Barbosa Ribeiro aqui, aqui e aqui.

29 Comments:

At 2:24 da tarde, Blogger Filipe Guerra said...

Agradeço a resposta, assim já se pode discutir, digamos, política, apesar do ainda «Chávez não presta» sem esteio factual, que corresponde ao «Chávez é suíno» e está tudo dito. Apoio Chávez na sua política geral anti-hegemónoca e critico Chávez em aspectos antidemocráticos da governação interna, tenho para aí uns posts (agora não tenho tempo de os procurar) que fiz após leitura de muitos artigos e documentos castristas e chavistas e anti-castristas e anti-chavistas. Significa que o condidero, quer o apoie ou não, como líder com algum peso na cena mundial (pelo simples facto de se opor ao imperialismo americano). Convinha que os anti-chavistas primários pesquisassem com objectividade e sem emoção as declarações e acusações de Chávez, do lado pró e do lado contra, pesassem os argumentos e depois, se pudessem, ridicularizassem e crucificassem o homem. Eu, aí, calava-me.

 
At 3:44 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Que será um anti-chavista primário ao pé de um pró-chavista primário? Será um “anti-americanista” primário? O que tem piada nesta folia toda é que está mal o Rei pedir ao outro que se cale mas não está mal o outro interromper o pastoso Zapatero. O estilo João Jardim, de facto, tem adeptos onde não os imaginávamos. Ok. Estamos conversados.

 
At 4:09 da tarde, Blogger Filipe Guerra said...

Os EUA invadiram e ocupam, ou não, um país soberano, à revelia de todas as leis internacionais e com o apoio de dois ou três países lacaios? Estão ou não estão metidos em conspirações constantes na América do Sul e noutras partes do mundo para derrubarem regimes legítimos? Têm ou não têm apoiado as ditaduras de direita mais ferozes no planeta? Turquia, Chile, Guatemala... Cagam ou não cagam para as Nações Unidas quando isso lhes convém? Promoveram ou não promoveram um golpe de Estado na Venezuela, em 2002, contra o «suino Chavez», apoiados pelo poder espanhol (Aznar-Juan Carlos)? Estes factos e centenas de outros que não cabem numa caixa de comentários fazem de mim um anti-americanista primário? E depois de eu dizer que tenho estudado e pesado criticamente - em fontes de AMBOS OS LADOS - o que se passa na Venezuela sou um pró-chavista primário? Quem esgrime aqui argumentos? É o primário? (também é sinónimo de suíno?) Foda-se lá a puta da demagogia seguidista. Desisto.

 
At 4:35 da tarde, Blogger ab said...

O que há de interessante nesta história é a "simetria" existente entre um Socrates primeiro-ministro português e Zapatero
chefe do governo espanhol, e uma América latina que pouco a pouco se vai desembaraçando das antigas potências colonizadoras. O ingrediente primeiro, o cimento, da actual união europeia é o "cagunço" em relação aos povos ex-colonizados que um dia virá, farão valer uma outra relação de forças a nível mundial para exigir da história um outro relato dos factos e seguramente alguns e importantíssimos ajustes...(e até de contas...!!)
Há quem acredite ainda que a Europa, e neste caso uma fracção dela, (a península ibérica), é o centro do mundo, mas mais ano menos quem acreditará ainda nisso. Daí os "despeito" e as insónias do "Insónia"...enfim reduzido a sua verdadeira e ínfima dimensão reaccionária.

 
At 4:52 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Ó homem, não desista!
Tem razão com os impetrialismos e o resto. Com essa brincadeira iraquiana, com Bush e lacaios, andamos nós fodidos com o barril de petróleo a 100 dólares. Nem sei o que virá mais por aí, com a recessão da economia dos gringos.

O Chávez pode ter sido redutor na semântica, mas não há dúvida que o Aznar era um mandarinzeco da Direita e do Bush. Um cherne, digamos, de castanholas.
Com isto não quero dizer que existem algures, OS BONS.Diz-se que o estalinismo fez mais vítimas que os crematórios nazis. E nem quero pensar nas condições "democráticas" actuais de exemplos como a China, a Índia, os países árabes, muitos africanos, etc.

v. i.

 
At 5:03 da tarde, Blogger ab said...

Caro "anónimo" a propósito de "democracia" porque não submeter a nova constituição europeia ao sufrágio universal?

 
At 5:13 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Cum raio, cavalheiros! Tenham modos! Quando pus o comentário , não tinha lido o último, que acho agressivo e injusto e na linha de uma semântica redutora de que falei atrás.

V. I.

 
At 5:39 da tarde, Anonymous Anónimo said...

GAF, NÃO LHE QUIS CHAMAR NOMES. Se Assim o entendeu, entendeu mal. O que quis dizer é que muitas vezes essas simplificações (não gostas de Bush és anti-americano primário, não gostas de Chávez és anti-chavista primário e isso quer dizer que ‘tás com os americanos, etc.. – já agora, porquê primário? Sou anti-chavista tout court, para tal chegam-me e bastam-me «aspectos antidemocráticos da governação interna») viciam o discurso. Completamente de acordo consigo quanto à questão americana, completamente em desacordo quanto à questão Chávez. Homens como Chávez não merecem a minha complacência, nem quando concordo com o que dizem em alguns aspectos. Relativamente ao facto em causa, é isso que está a ser discutido, sugiro-lhe um exercício: vamos imaginar que era Chávez quem estava a expor um raciocínio e que era Zapatero quem o interrompia. Justificava-se ou não que sugerissem a Zapatero que se calasse para deixar Chávez terminar o seu raciocínio?

AB, agradeço muito o seu comentário e, sobretudo, o facto de ser um leitor tão atento do Insónia.

V. I. , a "democracia" chinesa é só mais uma bela oportunidade de negócio.

 
At 6:07 da tarde, Anonymous Anónimo said...

O Iraque não era um país soberano. Era um país dominado por uma sinecura e por uma pandilha de bandidos "socialistas" comandados por um criminoso.

Tem piada virem estes alguns senhores com a conversa de "país soberano". Como pretexto para justificarem as malfeitorias dos baasistas.
Porque o que está em causa é isto: a América bushista e o ocidente açambarcador são ávidos e sem pudor. Mas os primários "marxistas" como Chavez e companhia são tão patifes como eles. E mais descarados, porque se amam em defensores do Povo.
E se nós, os que somos contra todos os suínos, quer de um lado quer de outro, sabemos posicionar o assunto, tal não sucede com os adeptos do hierarca venezuelano,cegos pela verrina anti-ocidental pois o que lhes interessa é atacar a "democracia burguesa", até com a cinica desculpa de que estão a hostilizar um Bourbon.
São estalinistas escondidos com um rabo de chavez de fora.

 
At 6:13 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Gaf ou o estalinismo disfarçado.
Desde quando é que os pseudo "marxistas" respeitavam/ram tanto as "leis internacionais", como ele diz com saborosa perfídia?
Gaf não deve conhecer o que foi, sempre, a acção da IV Internacional. Ou então vem brincar connosco, com um notável descaramento.
Depois da implosão do muro, visto que agora já se sabe tudo, é preciso lata.

 
At 7:07 da tarde, Blogger Unknown said...

esta discussão é igual à sobre o penalti! estou admirado de vos ver a falar destas coisas. bom, bom era que todos os dirigentes do mundo fossem à merda e que os senhores do petróleo morressem. à conta deles vivo num mundo triste de gente que só tenta ser feliz.

 
At 7:11 da tarde, Blogger Filipe Guerra said...

jota pimenta, aldegalega e tal: se estivéssemos aqui a discutir a criação do bicho-da-seda era igual: lá vinha o muro, o estalinismo, a IV internacional, e outras coisas mortas e entrradas. Tudo vos serve para justificar e desculpar os crimes do vosso patrão. Isso é só ódio irracional, não quereis discutir, e não discuto. Só respondo para dizer que não sou parvo... podeis passar as vossas cassetes a outros, a mim já não.
Henrique, por curiosidade intelectual leia também o outro lado, o RÉSEAU VOLTAIRE, p.e., está nos meus links, tem um bom arquivo sobre a Venezuela e o pensanento não alinhado, já que informação «deste» lado não lhe falta e, pelos vistos, tem-na absorvido bem.

 
At 11:07 da tarde, Anonymous Anónimo said...

GAF, você só pode estar a reinar (termo que vem muito a propósito). Eu não estou a discutir a Venezuela. Estou a discutir um incidente. Responda-me, por favor, com clareza a isto:

- Você acha que Chávez tem razão quando chama fascista a Aznar?
- Você acha que Chávez tem o direito de interromper quem quer, quando quer, onde quer?

Eu acho que não. É só isso. Quanto a lados, deste ou daquele, bastam-me as suas próprias afirmações deste lado: «apoio Chávez na sua política geral anti-hegemónoca e critico Chávez em aspectos antidemocráticos da governação interna». Com uma ressalva, recuso-me apoiar quem é antidemocrático.

 
At 11:11 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Gaf, quando falas em patrão deves-te estar é a ver ao espelho. Patrão tens tu, o teu patrão mental zé dos bigodes. Ele pode estar enterrado, mais o muro e as outras cangalhadas, mas está bem vivinho no teu tipo de mentalidade.
Quem não te conhecer que te compre. És contra o Bush porque te parece, na tua fraca filosofia, o maior obstáculo ao teu mundo "popular" (gama coreana), assim como és, como confessas, a favor do Chavez porque é o que te parece chatear o imperialismo americano, como tu dizes. Mas nunca disseste ainda nada contra o imperialismo soviético, devem ser as saudades de Moscovo que te atabafam.
E ser pelo Chavez por um motivo tão fraquinho diz bem do teu pensar, que já não engana ninguém.

 
At 4:02 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Não gosto de reis. E de sucessões baseadas na genética.Só reconheço a aristocracia mental.

Se o venezuelano foi simplista -e cada um é que sabe onde lhe dói - o sr. de Bourbon podia ter mandado calar a madre que o pariu.
Li aqui comentários a branquear intervenções bélicas ilegítimas e ruinosas. E sobretudo um conservadorismo agressivo,muito desagradável e tendencioso.

 
At 11:07 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Anónimo, eu também não gosto de reis. Tanto quanto não gosto de ditadores.

O Sr. De Bourbon não mandou calar ninguém - não seja simplista -, limitou-se a reagir a um indivíduo que, porque não está habituado a debater democraticamente, não queria deixar um dos seus colegas de mesa terminar a sua intervenção. Zapatero foi interrompido. O Rei reagiu. Não ver isso é que é branquear a atitude prepotente de uns em favor da de outros.

É óbvio que cada qual sabe quem admira e quem apoia. Eu não apoio gente que não respeita a liberdade individual. Por isso mesmo, só para lhe dar um exemplo entre muitos que lhe poderia dar caso fosse esse o meu interesse de momento, o Micróbio 267. Curiosamente não mereceu um único comentário, nem mesmo anónimo.

Não voltarei a esta discussão. Saúde a todos,

 
At 3:20 da tarde, Anonymous Anónimo said...

hmbf, não ligues demasiado a certos fulanos que aqui fingem defender o povo porque isso é a habitual retórica deles, que deu os amanhãs que cantavam nos campos de concentração.
chamam-te reaccionário porque defendes a liberdade individual e a liberdade por extenso. é a conversa típica de quem apoia ditaduras.
se tu com soma de pormenores falasses contra o bush, aliás um cretino da estirpe do chavez, davam-te mimos. não o fazendo, o mínimo que te chamam é reaça conservador.
este género de gafs é do mais rasca que há, politicamente falando, só têm hipocrisia e estão-se cagando para o povo.
depois vêm dizer, quando são desmascarados, que os outros só sabem falar no muro.
e acaso o muro foi uma abstracção?

 
At 5:43 da tarde, Anonymous Anónimo said...

O Fialho não deve precisar da ajuda e do aplauso de bétinhos ignorantes de História e demais Ciências Humanas,e que ainda por cima escrevem minúsculas depois dos pontos finais a armar a ficcionista modernaço...

 
At 6:36 da tarde, Anonymous Anónimo said...

quem é o fialho? sei lá quem é o fialho. escrevi aqui a dar razão a um hmbf, mai'nada. se sou modernaço é porque para anónimos patós, como tu, estou sempre de graveto em riste, com letra grande ou pequena tanto faz percebeste meu tanso? não é defeito é feitio.
e se as tuas ciencias humanas e a tua história afinal só servem para mostrares a tua burrice, dando impressamente razão ao fascistóide chavez e aos que aqui borram os espaços lambendo-lhe a foice e o martelo, bem podes limpar as manápulas à parede.
é preferível ser betinho do que ser adepto do pseudo-índio e do seu camaradinha de sacanices fidel.

 
At 7:06 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Eu gostava de pedir ao sr. anónimo que vem falar de História e Ciencias Humanas que me informasse, por obséquio, qual o compendio de Ciencias Humanas e de História que justifica, ilumina ou aconselha a ditadura e os crimes de sangue tal como têm sido praticados pelos senhores Qualquer Coisa Chavez (não me lembro do primeiro nome do grande democrata), Fidel de Castro e o primo deles todos, o camarada...escolha você um por gentileza.
Caso não haja, pelo menos aconselhe-me um ensaio, podendo ser mesmo do Avante ou da Seara Nova, onde se explique como é que se melhora o espírito vivendo-se sob um regime concentracionário ou onde se fuzilem os cidadãos que queiram não viver no paraíso, como os três pescadores (não armadores, atenção) que o sr. Castro (já ouviu falar?) mandou para os anjinhos despertando mesmo o protesto embora suave do próprio senhor Saramago.
Muito agradecido.

 
At 8:39 da tarde, Anonymous Anónimo said...

henrique, não consigo meter comntários grandes, por isso mandei um mail
GAF

 
At 9:30 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Momento poético:

A terra a quem trabalha e os fascistas que comam palha.
Aterra a quem a herda e os comunas que comam merda.

O post não tinha muito a ver com isto mas deixa.

 
At 7:17 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Dois ou três anónimos acusam-me aqui, encobertos pela impunidade que lhs dá o anonimato, de «estalinista», «rasca» e «hipócrita», entre outros atributos próprios do criminoso. Hipócrita não sou, acredite quem quiser, rasca talvez seja. «Estalinista» é que não admito porque,para mim, estalinismo é igual a fascismo. E tenho provas de que o não sou, nem uma coisa nem outra.
Sei que os anónimos, siglas, nicks podem ser qualquer um, até eu próprio, ninguém garante que não seja eu, e a minha palavra não basta para me ilibar. Aqui, como em todos os crimes, é preciso procurar o motivo, o móbil. Eu tenho um motivo para me fazer passar por anónimo: masoquismo rquintado. E os outros que me insultaram,qual é o móbil deles, o interesse? É que, em tribunal, a palavra não conta.
GAF (Filipe Guerra) (serei mesmo eu?)

 
At 10:14 da manhã, Blogger hmbf said...

O Insónia é um weblog aberto a comentários anónimos. Quem nos visita frequentemente sabe como isso me tem causado várias dores de cabeça. Quando o weblog tinha poucas visitas e eu tinha mais tempo, ainda me dava ao trabalho de andar à pesca no site meter para ver de onde vinham os comentários (IPs, localidade, etc). Depois, com sorte e engenho, lá conseguia tirar umas pelas outras. Mas agora falta-me tempo. A minha política com os anónimos passou a ser a de não dar conversa. Sobretudo se não fizer a mínima de quem sejam. Pura e simplesmente os ignoro. Acho que é o melhor a fazer tendo em conta o facto da caixa estar aberta a comentários. Já a quis fechar, mas a pedido dos leitores e dos colaboradores ficou aberta. Poucos imaginarão as chatices que isso me tem causado. Viram como respondi ao comentador "ab" que me chamou de reaccionário? Que outra resposta posso eu dar a alguém que me chama reaccionário? Enfim... O Filipe sabe muito bem que as opiniões dos comentadores anónimos relativamente à sua pessoa não são as minhas, mais ainda esclareço que as considero cobardes pelo simples facto, isso mesmo, de serem anónimas - tipícas, lá está, de quem não sabe ou não quer viver em liberdade. Ignoro-os por não me merecerem crédito enquanto afirmarem o que afirmam sem dar a cara. Dessem a cara, respondia-lhes. Não dando a cara, deixo-os a falarem sozinhos. Depois de muito tempo perdido a aturar intrigas, querelas, insultos, maquinações anónimas, a minha atitude passou a ser esta. Lembra-se o Filipe por que fechei a caixa de comentários nos posts com poemas? Eu já expliquei isso. Você sabe melhor que eu ser este um meio estúpido, cheio de gente invejosa, trapaceira e mesquinha. Também há gente boa. E há outra que, não fosse o ressentimento, seria impecável. A verdade é que estou-me nas tintas para se os comentários aqui deixados são a meu favor ou contra mim. Sei lá de quem são os comentários e por que são. Não quero saber. Até podem ter sido seus, veja bem. O anonimato tem dessas coisas, permite todo que se diga todo o tipo de alarvidades sem que se assuma a responsabilidade daquilo que se diz. Gostam disso os pequenos ditadores, pois assim praticam os seus ínfimos poderes. Por mim apagava tudo, fechava as caixas de comentários, cagava para os mesmos. A única garantia que tenho é a de que não concordo com eles, desde logo, por serem anónimos. É este o preço a pagar: que sejam livres de serem pequenos ditadores.

 
At 10:46 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Henrique, é, de facto, kafkiano: um anónimo posso ser eu, pode ser você, pode ser um qualquer. Retenho sobretudo a parte em que diz que as suas opiniões sobre mim não são as dos anónimos e que não tem nada a ver com eles, e dou-me por satisfeito, Assunto arrumado.

 
At 11:07 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Acho que não importa se os comentários são anónimos ou não, ainda por cima com a confusão lançada, propositadamente?, pelo comentador gaf-anónimo. O que importa é se são razoáveis ou certos, ou se não são.
E o resto é conversa.

 
At 11:38 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Pipinha, tenho um problema com o meu servidor, desde ontem, que não me deixa meter comentários pelo blogger, apenas anónimos. No último esqueci-me pura e simplesmente de assinar.
gaf

 
At 5:46 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Gaf, se você o diz eu não o contradigo. Mas espero que não se ofenda se eu disser que felicito o seu servidor por ser tão sensato que não o deixa colocar comentários.
Pedindo ainda a sua indulgencia, diria que há utensílios que têm a faculdade de ensinar os próprios donos. Ou ainda que há esquecimentos que vêm mesmo a calhar e pronto, não se fala mais nisso.

 
At 12:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

A propósito do "rei da península ibérica"... :-)
"Pour sa part, le ministre de l’Intérieur espagnol Alfredo Pérez Rubalcaba a averti que si Chávez souhaitait maintenir de bons rapports avec la péninsule ibérique, il devait « respecter notre roi, notre président et nos ex-présidents »."

http://www.voltairenet.org/article152979.html

 

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