É preciso saber parar
Há questões relativas à crítica literária, diria mesmo questões quanto à própria essência da crítica, bem mais interessantes do que as que têm sido discutidas ultimamente. No fundo, a questão que João Pedro George levantou é completamente anódina ao pé de outras bem mais significantes. Mais do que escrever ou não escrever sobre livros de amigos, há a questão das chamadas novas formas de censura. Por exemplo: o fingir que não se conhece, o fingir que não se sabe, o fingir que passou despercebido, o fingir que passou ao lado, a chamada censura pela omissão. Renegar para o plano do esquecimento aquilo que não nos convém ser lembrado é, creio eu, uma nova forma de censura bem mais significativa do que a irrelevante questão de escrever sobre amigos. Esta prática, que não é de hoje, será prática de amanhã. Desde logo por esta tão básica razão: enquanto se criticam uns aos outros, os críticos chamam a atenção para si próprios. Prometo para um destes dias uns posts sobre o assunto. Agora não, que a coisa está quente e pareceria mal. Mas que não me falta a vontade, ai isso não falta. Como diria Juraan Vink, é preciso saber parar. E a poesia fala mais alto.
3 Comments:
Fico então à espera. Na verdade mais do que escrever sobre amigos a questão talvez seja escrever apenas sobre amigos, aqueles que se tem e aqueles que se quer conquistar. E se tenho ficado calado também não vou agora começar a falar. Fico então à espera.
É isso mesmo Luís N. Escrever apenas sobre amigos é que, à partida, não. Mas e se se escrever apenas sobre amigos com elevado espírito crítico?
pois é, por essas e por oytras é que fiquei calado. :-)
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