3.7.06

INQUIETAÇÃO

A contas com o mal por que passei, voltei-me um dia para o lado de fora. Tornara-se insuportável meu peito feito campo de batalha. Vi homens e mulheres tão iguais aos meus anseios que perdi a esperança. Quando olhei o mundo à minha volta, quando o olhei pela primeira vez sem nele procurar o que em mim havia, continuei a ver-me em tudo o que me rodeava. Soube então da impossibilidade de um regresso. E na volta das respostas que eu trazia, novas dúvidas se levantaram. Só sei que estou vivo e só e morro. Só sei que por isso ninguém deve esperar muito de mim. Eu já não espero nada de mim. Tenho tão pouco tempo para viver, que já só espero sentir-me vivo muito de vez em quando. Eu não meti o barco ao mar, eu apenas escolhi o caminho. O caminho que vai ficando para trás sempre que acendo mais um cigarro, toco uma melodia, bebo um copo, deito-me no chão, sonho. A tristeza não tem caminho e a solidão é um porto de abrigo onde vão atracar todos os corações em perigo. Há sempre qualquer coisa que tenho que fazer. Olhar para fora a ver-me dentro, olhar para dentro a ver-me fora.

1 Comments:

At 9:04 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Hum... o que dá amanhã na tv?

brad

 

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