“Se o teu olho é simples, todo o teu corpo será luminoso”
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Começa por atentar ao que se passa entre a urze e as abelhas
à doce árvore entre a terra e o céu.
Sobe às alturas das pedras nuas,
estão difíceis estes modernos tempos para a contemplação,
na rarefacção dos lugares teofânicos.
Toma nos lugares mais baixos a beleza
de uma azeitona no silêncio do meio-dia estival.
Contemplações insignificantes
contemplações mais magnificentes.
Depois deves numerá-las: a cerimónia.
Para que germinem no teu vaso de ouro
e sobre elas desça o orvalho e o perfume dos cedros.
Começa por atentar ao que se passa entre a urze e as abelhas
à doce árvore entre a terra e o céu.
Sobe às alturas das pedras nuas,
estão difíceis estes modernos tempos para a contemplação,
na rarefacção dos lugares teofânicos.
Toma nos lugares mais baixos a beleza
de uma azeitona no silêncio do meio-dia estival.
Contemplações insignificantes
contemplações mais magnificentes.
Depois deves numerá-las: a cerimónia.
Para que germinem no teu vaso de ouro
e sobre elas desça o orvalho e o perfume dos cedros.
Adelino Ínsua nasceu no Porto. Frequentou o curso de Biologia, tendo acabado por se formar em artes plásticas. É professor de Educação Visual. Poeta e tradutor, publicou Vocação de Pomar (1979), Os dias e a partilha dos fogos (1984), Hervário (1990), Magenta (1993) e A Seta Errante (1998). O poema que aqui divulgamos foi publicado no número 1 (2001) da revista Saudade.
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