Sara, afinal trata-se de uma Eva, reza a história que foi ela que levou Adão a provar o fruto proibido, provocou a expulsão do paraiso e etc... :) Maria João
Se eu fosse homem e uma mulher me estendesse a mão daquela maneira, também eu deixaria de pensar. Não sei o que um homem poderá fazer para igualar o gesto. Conquistar países?
Tomé, essa seria uma excelente intenção. Dá-se o caso de não ser a minha. Interessa-me o gesto, apenas a fracção de segundo que documentou um gesto, um gesto bem real que pode nada dizer acerca da realidade mas revela, no limite, a presença de algo que é indisfarçável - chame-se a esse algo o que se quiser chamar. Neste caso específico, esse algo só adquire contornos escabrosos devido à história sangrena que associamos àquele homem ali curvado perante uma mão feminina que se lhe entrega. Que aquele homem esteja curvado perante tal estímulo é o que mais me interessa nesta fotografia. Mas podemos pensar noutras que tenho por aí deixado: podemos pensar nos miolos estourados de Kurt Cobain, no sofrimento íntimo de Sylvia Plath, nas atropelos criminosos da firma Bonnie & Clyde, etc. O que me interessa, em todos eles, é o gesto captado pela fotografia. E se esta é, sem dúvida, (l)imitadora da nossa percepção sobre a realidade, também é, penso eu, reveladora de uma “energia vital criadora” à qual alguns gostam de chamar amor.
Eu não tenho que tapar nada, quando muito terias que ser tu a fazê-lo, mas ainda restaria o problema dos nomes - que fazer com eles: tapá-los também? O meu comentário visa apenas fazer-te notar quão absurdo é integrar numa série sobre pares amorosos uma parelha destas. Se não conhecesse minimamente as tuas opiniões poderia ficar a pensar que para ti a imagem de hitler é in-signficante do ponto de vista iconográfico e político, e que no fundo tusdo se equivale. Ter a cara do hitler estampada numa camisola tem tanto (ou tão pouco) significado como ter a do rato mickey, a do churchill, a do santo antónio, a da marylyn ou o logotipo da sevenup? São tudo ícones vazios de significado, é isso? E a que "gesto´" é que te estás a referir? ao do sr. hitler? ou ao teu? E se for este o caso, o que querias dizer com esse gesto? Ou não querias dizer nada?
Estás a esquecer-te de uma coisa. O homem na fotografia é um políticvo, e um dos políticos do século xx que mais apostou na técninbca antipolítiuca da propaganda. O que a fotografia documenta é um gesto sim, mas de propaganda, uma encenação, pois num político toda a imagem é encenação, e mais ainda no caso de um vditador, que contava entre os seus ministérios com um ministério da propaganda. Em resumo: esta imagem não é inocente, como tu (ingenuamente, desculpa) pareces acreditar.
11 Comments:
Que é isto, Henrique? Branqueamento de assassinos? Tentativa de provocação? Parece-me de mau gosto...
jms
Isto é um gesto. Se tapares as caras aos personagens, verás que não dói nada.
Olhem só a elegância do gesto dela! E da posição! De longe, a mais graciosa.
Sara, afinal trata-se de uma Eva, reza a história que foi ela que levou Adão a provar o fruto proibido, provocou a expulsão do paraiso e etc...
:)
Maria João
Se eu fosse homem e uma mulher me estendesse a mão daquela maneira, também eu deixaria de pensar.
Não sei o que um homem poderá fazer para igualar o gesto. Conquistar países?
hah, não sei bem das intenções de quem aqui partilha esta fotografia, talvez umas palavras, nem que fosse só uma, o deixassem mais claro.
com ou sem palavras, de facto, isto diz tanto da fotografia enquanto ferramenta de reprodução da SUPERFÍCIE da realidade.
não há fotografia documental?
Tomé, essa seria uma excelente intenção. Dá-se o caso de não ser a minha. Interessa-me o gesto, apenas a fracção de segundo que documentou um gesto, um gesto bem real que pode nada dizer acerca da realidade mas revela, no limite, a presença de algo que é indisfarçável - chame-se a esse algo o que se quiser chamar. Neste caso específico, esse algo só adquire contornos escabrosos devido à história sangrena que associamos àquele homem ali curvado perante uma mão feminina que se lhe entrega. Que aquele homem esteja curvado perante tal estímulo é o que mais me interessa nesta fotografia. Mas podemos pensar noutras que tenho por aí deixado: podemos pensar nos miolos estourados de Kurt Cobain, no sofrimento íntimo de Sylvia Plath, nas atropelos criminosos da firma Bonnie & Clyde, etc. O que me interessa, em todos eles, é o gesto captado pela fotografia. E se esta é, sem dúvida, (l)imitadora da nossa percepção sobre a realidade, também é, penso eu, reveladora de uma “energia vital criadora” à qual alguns gostam de chamar amor.
Eu não tenho que tapar nada, quando muito terias que ser tu a fazê-lo, mas ainda restaria o problema dos nomes - que fazer com eles: tapá-los também?
O meu comentário visa apenas fazer-te notar quão absurdo é integrar numa série sobre pares amorosos uma parelha destas. Se não conhecesse minimamente as tuas opiniões poderia ficar a pensar que para ti a imagem de hitler é in-signficante do ponto de vista iconográfico e político, e que no fundo tusdo se equivale. Ter a cara do hitler estampada numa camisola tem tanto (ou tão pouco) significado como ter a do rato mickey, a do churchill, a do santo antónio, a da marylyn ou o logotipo da sevenup? São tudo ícones vazios de significado, é isso?
E a que "gesto´" é que te estás a referir? ao do sr. hitler? ou ao teu? E se for este o caso, o que querias dizer com esse gesto? Ou não querias dizer nada?
Agradeço muito, mesmo muito, o teu comentário. Tento explicar-me em post. Obrigado.
Estás a esquecer-te de uma coisa. O homem na fotografia é um políticvo, e um dos políticos do século xx que mais apostou na técninbca antipolítiuca da propaganda. O que a fotografia documenta é um gesto sim, mas de propaganda, uma encenação, pois num político toda a imagem é encenação, e mais ainda no caso de um vditador, que contava entre os seus ministérios com um ministério da propaganda. Em resumo: esta imagem não é inocente, como tu (ingenuamente, desculpa) pareces acreditar.
Força.
jms
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