VIDA SEM VIDA
Espíritos e ilusões morreram,
A consciência nua vive
No belo de inanimadas coisas.
Flores fenecem, murcha a erva, a árvore seca,
A floresta ardeu;
A rocha não ardeu.
Morre o veado à míngua; e do Inverno os pássaros
Morrem nos seus ramos e caem
Sobre a neve, na alvorada pálida.
Os homens sofrem privações que os tornam
Curiosamente ignóbeis; a prosperidade
Tornara-os curiosamente vis.
Tradução de Jorge de Sena.
Robinson Jeffers nasceu a 10 de Janeiro de 1887 em Allegheny, na Pensilvânia. Criança prodígio, interessou-se desde muito cedo pelos clássicos gregos e latinos. Estudou na Suiça, formou-se em medicina na Universidade da Califórnia e viveu a maior parte da sua vida em Carmel, na costa pedregosa da Califórnia. Levou uma vida relativamente solitária, apesar da relação algo escandalosa com Una Call Kuster. Autor de vários livros de poesia, fez-se notar pelos seus poemas épicos. Estreou-se em 1912, com Flagons and Apples. Faleceu a 20 de Janeiro de 1962.
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