O radical
Dizem-me que em algumas coisas sou demasiado radical. Bem, ou se é radical ou se não é. O demasiado radical não existe. Mas importa entender esta questão do radical. O que é ser radical? É não tolerar a diferença? Então não sou radical. É confrontarmo-nos com a divergência? Então sou radical. Tolerar não significa baixarmos as calças ao outro, mas antes procurarmos entender o que há nele que o torna diferente de nós. Normalmente, quando nos acusam de sermos radicais o que as pessoas querem dizer é que discordam de nós. Mas essa discordância é óptima, sobretudo se for radical, ou seja, se procurar ir à raiz, à essência da discordância. O que resta pode resumir-se a consensos mais ou menos convenientes, astuciosos e cínicos. É bom que sejamos radicais. É péssimo quando nos tornamos fanáticos.
5 Comments:
Marvilhoso!
Clarificante
e...
radical
Um abraço sobre o oceano!
Diz no seu post que tolerar significa "procurarmos entender o que há no outro que o torna diferente de nós", mas pode colocar a questão inversa, i.e., tolerar que o outro procure entender o que há em si que o torna diferente.
E quanto à discordância: é tão radical procurar ir à raiz , à essência da discordância, como é radical procurar ir à raiz, à essência da concordância.
Sem conveniências, sem astúcias, sem cinismos.
Estamos de acordo?
Concordo com cada palavra...
clarice: um abraço grande.
sub rosa: você é linda.
personagem de fricção: tolerar implica uma relação com um outro, não do próprio consigo mesmo. A concordância não gera conflitos. O que aqui está em causa é a discordância, enquanto geradora de conflitos. Obrigado pelo comment.
tânia pereira: seja. Um abraço.
Concordo que tolerar implica uma relação com o outro. Por isso eu disse: 'tolerar que o outro procure entender o que há em si (autor do post) que o torna diferente'.
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