As pombas, irrequietas
As pombas, irrequietas,
lançam as folhas de Outono ao ar
e debatem-se alegremente
para as apanharem em pleno voo.
Lamento a sobriedade das palavras que escrevo,
a seriedade do meu gesto,
a franqueza com que envolvo os meus actos.
Quem suspira mais alto do que eu?
Quem se transforma em pequeno pássaro
para eu, com a minha grande boca,
o agarrar pelas asas,
em pleno ar,
como as pombas atrás das folhas de Outono?
lançam as folhas de Outono ao ar
e debatem-se alegremente
para as apanharem em pleno voo.
Lamento a sobriedade das palavras que escrevo,
a seriedade do meu gesto,
a franqueza com que envolvo os meus actos.
Quem suspira mais alto do que eu?
Quem se transforma em pequeno pássaro
para eu, com a minha grande boca,
o agarrar pelas asas,
em pleno ar,
como as pombas atrás das folhas de Outono?
António Martinho nasceu a 29 de Março de 1964, na Figueira da Foz. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Clássicas, exercendo a profissão docente. Após colaboração com várias revistas (Eurídice, Cadernos do Alinhavar, Bruxinha), publicou o livro Não Seduzir (Edições Alinhavar, Maio de 2003), o qual mereceu uma menção honrosa no Prémio Revelação de Poesia, organizado pela Associação Fernando Pessoa, em 2001. É também ilustrador e fotógrafo. »
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