O fogo e as cinzas
Eu vi o Éden em carne.
Eu vi a luz cega
em forma humana.
Eu vi uma mulher nua
a tremer assustada.
Quis então morrer
para lhe pôr aos pés
a vida.
Fiz-me seu escravo
arrastei-me nas ruas.
Desprezei tudo
e não pedi nada.
Essa mulher
um dia
partiu.
Perdi
a Luz central.
Fiquei na escuridão
da noite fria.
Se alguém vir
à minha volta
um círculo de sal
não se iluda.
Enquanto houver lembrança
eu choro de alegria.
(2004)
Eu vi a luz cega
em forma humana.
Eu vi uma mulher nua
a tremer assustada.
Quis então morrer
para lhe pôr aos pés
a vida.
Fiz-me seu escravo
arrastei-me nas ruas.
Desprezei tudo
e não pedi nada.
Essa mulher
um dia
partiu.
Perdi
a Luz central.
Fiquei na escuridão
da noite fria.
Se alguém vir
à minha volta
um círculo de sal
não se iluda.
Enquanto houver lembrança
eu choro de alegria.
(2004)
António Cândido Franco, ensaísta, romancista e poeta, nasceu em 1956 em Lisboa. Professor da Universidade de Évora, conta com mais de trinta obras publicadas. Recebeu, em 1993, o prémio de ensaio da Associação Portuguesa de Escritores. Em 2002 reuniu a sua poesia em Estâncias Reunidas (1977-2002).
<< Home