VIVER
À medida que os anos vão passando, penso no que fica para trás como um lugar de paisagens difusas. Mas reparo também nos desleixos, na forma muito natural como fui perdendo o interesse por uma série de “coisas”. Só para dar alguns exemplos mais óbvios, verifico que praticamente deixei de comprar CDs, jornais não leio e já quase não vou ao cinema. Teatro nem se fala e exposições só muito, mesmo muito, de vez em quando, levado pelo acaso e sem qualquer intenção. Concertos? Só os do trabalho e alguns com um s no lugar do c da segunda sílaba. Concluo que a minha vida é uma sucessão de abandonos, e que cada vez gosto mais de viver.
6 Comments:
ó porra!
mas esse (também) sou eu!
eu não lhe chamaria 'abandonos' mas 'substituições'
essas antigas vontades foram necessariamente substituídas por outras, pelos vistos melhores, ou o gosto pela vida esmoreceria...
acrescento ´porra´ao manuel... mas esse (também) sou eu!
obrigado a ambos pelos comentários. já podemos fazer um clube.
Juntem ai mais um! Confesso que, no início, sentia alguma amargura ao constatar esses "abandonos", mas lá fui percebendo que, se calhar, são mais "substituições"...
mais ninguém para o clube. só homens?
sinto-me inteira neste retrato
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