ANDA PACHECO!
O segundo a contar da esquerda chama-se João Pacheco. É rapaz de vários talentos, tem/teve um weblog (sempre mais morto que vivo), e foi a minha luz de esperança de hoje com estas palavras proferidas em discurso aquando da cerimónia de entrega dos Prémios Gazeta 2006: «Como trabalhador precário que sou, deu-me um gozo especial receber o prémio Gazeta Revelação 2006, do Clube dos Jornalistas. A minha parte do dinheiro servirá para pagar dívidas à Segurança Social. Parece-me que é um fim nobre. Não sei se é costume dedicar-se este tipo de prémios a alguém, mas vou dedicá-lo. A todos os jornalistas precários. Passado um ano da publicação destas reportagens, após quase três anos de trabalho como jornalista, continuo a não ter qualquer contrato. Não tenho rendimento fixo, nem direito a férias, nem protecção na doença nem quaisquer direitos caso venha a ter filhos. Se a minha situação fosse uma excepção, não seria grave. Mas como é generalizada - no jornalismo e em quase todas as áreas profissionais - o que está em causa é a democracia. E no caso específico do jornalismo, está em risco a liberdade de imprensa.» Ganda Pacheco!
10 Comments:
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ó meu caríssimo,
grande abraço!
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A "Bicicleta dos Dias Ímpares" espera assistência técnica há meses.
Só deixei de escrever porque deixei de conseguir aceder ao blogue.
Milagres da tecnologia...
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JP
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Pacheco, tiraste-me as palavras da boca. Só que comigo foram 7 anos de formação, sempre na mesma instituição, com horários diferentes todas as semanas, a sujeitar-me a todo o tipo de circunstâncias. Sete anos, para nada. 150 € para as SS (Segurança Social) + IVA + IRS = contar os tostões ao fim do mês. A gasolina pela morte, a água, o gás, a luz, as telecomunicações, o básico para que a profissão possa ser exercida em condições. O básico. Depois ainda querem que um gajo poupe e que tenha filhos. Tenho duas, teria seis houvesse condições. Em suma: obrigado pelo teu discurso. Revejo-me, senti-me. Abraço e saúde,
Não sei se fique consolada se ainda mais deprimida. Sempre que se fala em Segurança Social começo com palpitações. Mandaram-me umas cartas e até já me telefonaram para casa. Felizmente, nunca estou.
Que será que me querem? Eu não ganhei prémio nenhum.
ele não é filho do grande Assis Pacheco?
não me consola nada a constatação de algo que também eu tenho sentido na pele, e saber que pessoas como voces estão na mesma situação deixa-me muito, muito preocupado, se um gajo fosse calão e não quisesse fazer nenhum, agora assim, é difícil de entender,
nelson
Grande Pacheco, assim é que é!
Maria João
Palavras para quê? Ou comentários para quê? Quem vive esta experiência disse tudo, eu que estou do outro lado dos precários não sei acrescentar mais nada!
E haverá muita gente (nomeadamente colegas dele) a dizer que ele ainda tem muita sorte em ter trabalho e em receber...
Por causa dessas e de outras, fui trabalhar para as obras.
Realmente, não poéticamente.
O meu contributo para os elevados níveis de corrupção, construção desordenada, ilegal, em zonas protegidas e afins, é neste momento enorme.
Espero a redenção num futuro, pouco próximo, pois será na hora da morte... ou na hora que a antecede.
pois, os prémios tb servem pra calar e reproduzir discurso dominante.é preciso virá-los do avesso.
Rui Costa
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