21.7.08

FISSURA ANAL


«Em Cuba, quando um homem refere a outro, com ar ufano, «Já tive esta mulher!», está a querer dizer que teve com ela não só relações vaginais «normais», mas também penetração anal – as relações sexuais «normais» são ainda consideradas uma forma de carícia, de preliminares, e só a penetração anal representa a relação sexual plenamente consumada. Por que razão isto é assim? Porque a vagina é considerada uma cópia pálida e distorcida do orifício anal: o ânus é de certo modo como a Ideia Platónica pura (um buraco redondo nítido e simples, sem pêlos nem fendas), enquanto a vagina é a sua realização material distorcida, plena de protuberâncias e excrescências, longe da simplicidade ideal daquele.»

Slavoj Zizek, Lacrimae Rerum, A Teologia Materialista de Krzystof Kieslowski, p. 26, trad. Luís Leitão, Orfeu Negro, Lisboa, 2008.

2 Comments:

At 4:58 da tarde, Anonymous Anónimo said...

HAHAHAHAH, muito bom!! Este "jijek" que seja mais traduzido para português, para espalhar mais "veneno".

já agora Henrique, convido-te a visitar: http://circodviana.wordpress.com/

 
At 5:16 da tarde, Blogger hmbf said...

irei ver

 

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