Cenas de Infância
Cenas de Infância Op. 1 - Joaninha Pintora
Um pequeno ovo Kinder chocolate tinha no seu interior um ovo mais pequeno amarelo. Eu não vi o ovo de chocolate que ele comeu, mas sei como é, ele depois ofereceu-me o brinde. Dentro do ovo amarelo estava uma Joaninha de plástico, com umas bolinhas de aguarela e um pequeno pincel. A Joaninha estava desmontada e vinha com instruções para se colocar a funcionar. Mal a vi, tratei logo de a colocar em acção. É claro que tudo isto é metafórico, porque a Joaninha era tão pequena quando inteira, que apenas entendíamos que continha aguarelas debaixo da carapaça, quando abria as asas. Aliás, possuía uma circunferência amarela, azul e vermelha no seu interior aberto. O pincel encaixava, graciosamente, numa das suas patas, mas a Joaninha não pinta, a Joaninha pintora brinca, voa, voa...
Cenas de Infância Op. 2 - Eco
A Joaninha está muito atarefada esta manhã: foi buscar um banco de madeira, que é quase maior que ela, e arrastou-o para o pátio da entrada do monte, já o conseguiu colocar junto ao muro. Assim, subiu o banco para puder sentar-se no muro e olhar a planície. A Joaninha no topo do muro chama pelo eco, um amigo novo, que anda ali escondido e repete tudo o que ela diz. Os seus irmãos mais velhos já lhe explicaram muitas vezes o que é o eco, mas a joaninha não acredita. De cima do muro, vê apenas a planície e um outro monte muito longe. Os irmãos descreveram-lhe como a sua voz batia num muro lá muito ao fundo, voltando outra vez. Ela continua a insistir que alguém está ali escondido e observa atentamente a planície, perguntando:
- Ó eco, quem és tu? Ó eco, porque me respondes assim? Ó eco, onde estás? Ó eco, és meu amigo?
Cenas de Infância Op.3 - Bolo de Noiva
M.M: Sabes uma coisa? Pedi-a em casamento outro dia. O que é que tu achas?
M.J: Ó Joaninha, é claro que ele me pediu em casamento só por causa do bolo de chocolate que fiz. Disse que assim, só ele é que pode comer do bolo, tu não podes, nem a tua mãe, nem o teu pai. O meu bolo de chocolate é independente, não acho isso certo...
Joaninha: Eu também não, porque o chocolate que comi há bocado, se fosse maior, também o tinha oferecido a toda a gente...
Cenas de Infância Op.4 - Sombra
A Joaninha estava às escuras na cama, a tentar adormecer e sentiu uma sombra que se mexia do seu lado esquerdo, junto à almofada. Ficou assustada, esta sombra era um braço de a apanhar e levar no escuro, queria roubar-lhe o sono, sabia a medo e frio, ficou toda arrepiada. Então, com muito cuidado, estendeu o braço direito e acendeu o candeeiro na mesinha de cabeceira ao seu lado: não havia sombra nenhuma, o seu braço esquerdo estava debaixo da almofada, mal o sentia devido ao peso da cabeça sobre ele. O braço de a apanhar e roubar o sono, afinal, era o seu dormente braço esquerdo. O problema foi ao abrir a luz: a irmã que estava a dormir na cama do outro lado da mesinha de cabeceira, de repente sentou-se, muito direita e de olhos abertos perguntando:
- Que horas são?
Um pequeno ovo Kinder chocolate tinha no seu interior um ovo mais pequeno amarelo. Eu não vi o ovo de chocolate que ele comeu, mas sei como é, ele depois ofereceu-me o brinde. Dentro do ovo amarelo estava uma Joaninha de plástico, com umas bolinhas de aguarela e um pequeno pincel. A Joaninha estava desmontada e vinha com instruções para se colocar a funcionar. Mal a vi, tratei logo de a colocar em acção. É claro que tudo isto é metafórico, porque a Joaninha era tão pequena quando inteira, que apenas entendíamos que continha aguarelas debaixo da carapaça, quando abria as asas. Aliás, possuía uma circunferência amarela, azul e vermelha no seu interior aberto. O pincel encaixava, graciosamente, numa das suas patas, mas a Joaninha não pinta, a Joaninha pintora brinca, voa, voa...
Cenas de Infância Op. 2 - Eco
A Joaninha está muito atarefada esta manhã: foi buscar um banco de madeira, que é quase maior que ela, e arrastou-o para o pátio da entrada do monte, já o conseguiu colocar junto ao muro. Assim, subiu o banco para puder sentar-se no muro e olhar a planície. A Joaninha no topo do muro chama pelo eco, um amigo novo, que anda ali escondido e repete tudo o que ela diz. Os seus irmãos mais velhos já lhe explicaram muitas vezes o que é o eco, mas a joaninha não acredita. De cima do muro, vê apenas a planície e um outro monte muito longe. Os irmãos descreveram-lhe como a sua voz batia num muro lá muito ao fundo, voltando outra vez. Ela continua a insistir que alguém está ali escondido e observa atentamente a planície, perguntando:
- Ó eco, quem és tu? Ó eco, porque me respondes assim? Ó eco, onde estás? Ó eco, és meu amigo?
Cenas de Infância Op.3 - Bolo de Noiva
M.M: Sabes uma coisa? Pedi-a em casamento outro dia. O que é que tu achas?
M.J: Ó Joaninha, é claro que ele me pediu em casamento só por causa do bolo de chocolate que fiz. Disse que assim, só ele é que pode comer do bolo, tu não podes, nem a tua mãe, nem o teu pai. O meu bolo de chocolate é independente, não acho isso certo...
Joaninha: Eu também não, porque o chocolate que comi há bocado, se fosse maior, também o tinha oferecido a toda a gente...
Cenas de Infância Op.4 - Sombra
A Joaninha estava às escuras na cama, a tentar adormecer e sentiu uma sombra que se mexia do seu lado esquerdo, junto à almofada. Ficou assustada, esta sombra era um braço de a apanhar e levar no escuro, queria roubar-lhe o sono, sabia a medo e frio, ficou toda arrepiada. Então, com muito cuidado, estendeu o braço direito e acendeu o candeeiro na mesinha de cabeceira ao seu lado: não havia sombra nenhuma, o seu braço esquerdo estava debaixo da almofada, mal o sentia devido ao peso da cabeça sobre ele. O braço de a apanhar e roubar o sono, afinal, era o seu dormente braço esquerdo. O problema foi ao abrir a luz: a irmã que estava a dormir na cama do outro lado da mesinha de cabeceira, de repente sentou-se, muito direita e de olhos abertos perguntando:
- Que horas são?
Respondeu-lhe que era tarde e voltou a apagar a luz. De manhã, quando o despertador tocou e foi abrir a janela, a sua irmã pregou-lhe um susto com a luz do dia, bem maior que a sombra nocturna do seu braço: ela continuava sentada na mesma posição, muito direita, com a roupa nos joelhos, perguntando as horas, de olhos abertos. A irmã dormira assim toda a noite. A Joaninha apenas disse que já eram horas de acordar.
Maria João
2 Comments:
o que a maioria das pessoas nao sabem é que a joana voa. ela é a performance em pessoa. pergunten-lhe pela foto: CUIDADO PERIGO DE QUECA. aí é que ela se revelou uma grande publicista.
beijos da tribo
cesar figueiredo
Grande César, que SAUDADES...!Perigo de queca? Sempre com esse modo caloroso de falar do Porto, que aqui na planície soa a palavrão, fico sempre baralhada. E o Porto, saudades do nevoeiro, da húmidade junto às paredes, aquela mistica granitica...
Grande César, a performer não é a Joana, nem a Maria Cândida, é a Madame Jenkins, e ainda não foi publicitada, mas o xamã-mor conhece. Gostei de te encontrar aqui, agora já sabes...
Beijinhos para toda a tribo
MJF
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