sugestão
já tentaste praticar o bem
fazendo mal?
já tentaste praticar o mal
fazendo bem?
já tentaste praticar o bem
fazendo bem?
já tentaste praticar o mal
fazendo mal?
já tentaste praticar o bem
não fazendo nada?
já tentaste praticar o mal
fazendo tudo?
já tentaste praticar tudo
não fazendo nada?
e o contrário, já tentaste?
já?
seja qual for a tua resposta,
não sei que te diga.
fazendo mal?
já tentaste praticar o mal
fazendo bem?
já tentaste praticar o bem
fazendo bem?
já tentaste praticar o mal
fazendo mal?
já tentaste praticar o bem
não fazendo nada?
já tentaste praticar o mal
fazendo tudo?
já tentaste praticar tudo
não fazendo nada?
e o contrário, já tentaste?
já?
seja qual for a tua resposta,
não sei que te diga.
Alberto Pimenta nasceu no Porto em 1937. Licenciou-se em Filologia Germânica na Universidade de Coimbra e, durante alguns anos (1960-1977), exerceu funções de leitor de Português e de Literatura Portuguesa em Heidelberg, na Alemanha. Dedicou-se primeiro a colagens e técnicas afins, depois estendeu a sua actividade: poesia, happening, TV, performance falada, teatro, edição de obras raras ou tabu, poética visual e fonética, etc. Os seus textos, por vezes publicados em livros com uma configuração gráfica original, assumem um sentido polémico, que ocasionalmente os próprios títulos podem evidenciar, e ao mesmo tempo de vanguarda. É autor de O Silêncio dos Poetas (1978), um importante estudo sobre o sentido da criação literária ligada aos movimentos de vanguarda, a qual se caracteriza pelo seu "desvio da norma". Realizou o seu primeiro happening em 1977 no Jardim Zoológico de Lisboa (Homo Sapiens). Traduziu, entre outros, Thomas Bernhard (A Força do Hábito, em colaboração com João Barrento, 1991) e Botho Strauss (O Parque). A sua poesia está traduzida em várias línguas e parte da sua obra publicada em Itália, Brasil e Espanha. (a partir de Obra Quase Completa, Fenda, 1990, e Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. VI, Lisboa, 1999)
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