a velha chaminé de tijolos
Posso escrever um poema todas as noites
Descalçar os sapatos, pôr os pés no parapeito
Ao fresco da noite, dos choupos, dos pinheiros
Posso abrir um livro, fumar um cigarro
Enquanto os olhos vagueiam, posso interrogar-me
Sentir a culpa ou o devaneio
Um riso ontem, a dor de estar longe
Mas o mundo irremediavelmente
Não me cabe na caixa do correio
Tampouco o amor. E posso literalmente fazer de conta.
Descalçar os sapatos, pôr os pés no parapeito
Ao fresco da noite, dos choupos, dos pinheiros
Posso abrir um livro, fumar um cigarro
Enquanto os olhos vagueiam, posso interrogar-me
Sentir a culpa ou o devaneio
Um riso ontem, a dor de estar longe
Mas o mundo irremediavelmente
Não me cabe na caixa do correio
Tampouco o amor. E posso literalmente fazer de conta.
Carlos Luís Bessa nasceu em Viana do Castelo no ano de 1967, cresceu nos arredores do Porto e vive, desde meados de 1990, nos Açores, onde trabalha. Colabora com a secção de livros do semanário Expresso e tem publicados os seguintes livros de poesia: Legenda, Angra do Heroísmo, Edições Atlas, 1995; Termómetro.Diário, Lisboa, Black Sun Editores, 1998; Olhos de Morder Lembrar e Partir, Lisboa, Black Sun Editores, 2000; Lançam-se os Músculos em Brutal Oficina, Lisboa, & etc, 2000; Em Trânsito, Lisboa, & etc, 2003; Em Partes Iguais, Lisboa, Assírio & Alvim, 2004. É um dos poetas antologiados por Manuel de Freitas em Poetas Sem Qualidades, Averno, 2002.
1 Comments:
às vezes a caixa do correio pode tornar-se imensamente grande... e mesmo assim continuamos a fazer de conta, sobretudo quando estamos em trânsito para a vida e esta teima em fazer-nos esperar... e o vento sopra de norte...
Mas talvez o vento norte nos traga notícias de quem se julga perdido.
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