6.11.05

POEMA SIMPLES

Para a Margaridinha O

Vi uma fotografia tua quando
tinhas um dia e os teus olhos
só pressentiam a luz.
Ainda não sabias que a tua
mãe tem caracóis e o teu
pai ouvia metallica no caminho
para as aulas do liceu.
Nem sabias ler nem que o teu
país era feito de mar e que o
mar às vezes não é feito só de
água (como a filosofia que alguém
inventou quando chegou a casa e
a cidade ardia)

Pousada no sofá, esticavas
os dedos da mão esquerda
(a direita não se via) e olhavas
de frente para o amor dos
primeiros homens e mulheres
da tua vida. Não me viste, eu
sorri e escrevi este poema.

Não sei se vais abrir este livro.
Se um dia o fizeres, eu já não serei a
pessoa que escreveu este poema
nem tu a menina de olhos muito
grandes e roupa a condizer com o
inverno:
Vou devolver o sorriso que
me deste para que fique mais cheio
de futuro.

Rui Costa

1 Comments:

At 10:36 da tarde, Anonymous Anónimo said...

puts mÓ sem noçaO.

 

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