CATARINA, A DAMA DAS FAVELAS
É giro. Os pobres, como é óbvio, são felizes. Ela convoca, ela acena o bâton de sua boca e o ar enxota mosquitos para o lado incalculado do écran. Se não estivesse prometida à iguana, seus filhos seriam assim: brancos de seus dentes ou pele negra e suja e os dias metidos nos dedos. Catarina, quero dizer, contaminada de bondade em progressão, estaca. Vai ter que repetir; desta vez os meninos não saudaram (não sabiam?) Pelo menos não morreram, isso não: ser impossível tamanha falta de gosto. Eu ser Catarina, a branca. Eu gostar de pobre, do cheiro a merda dos poemas.
Rui Costa
3 Comments:
Há trabalhos piores.O que não deixe este de ser mau.
Se a Catarina fosse loira podia interpretar a Veridiana de Bruñuel, um filme muito natalicio.
paulo: trabalho?
etanol: assim tb pode, basta mudar o script (e o bâton)
Rui Costa
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