5.12.05

Jogadas de dominó

Antes de mais, quero lembrar a meritíssima C. de que a minha primeira jogada mora aqui (página tantas quantos são os anos do poeta Mexia). Feito o lembrete, cá vai d’alho:

«Se, Deus morto, o problema da Justiça entre os homens é (para mim) o mais importante e ela resolve-se não pelos Códigos e Meritíssimos, suprema palhaçada tristemente ridícula e, ainda mais, revoltante, processa-se no dia-a-dia e na convivência de um com outro e isto implica um método dificílimo, utópico: a) o conhecimento próprio permanente, isto é, o conhecimento próprio e das próprias mudanças (o que poucos conseguirão); b) o conhecimento do Outro e suas mutações, coisa ainda mais difícil, esse problema tão agudo é no casal (couple), quer no hetero quer no homossexual, mas mais ali, que esses exercícios de atenção e observação se tornam mais agudos, já que na vida a dois, com problemas comuns diários a resolver, desde a economia aos filhos, e na cama, onde tudo vem ao de cima, é que está a situação-limite dessa convivência na Justiça.»

Luiz Pacheco
In Diário Remendado, 1971-1975, p. 46, Dom Quixote, Agosto de 2005.

P.S.: é óbvio, C.aríssima, que não lhe chamei anteriormente meritíssima tendo presente o léxico pachecal.

3 Comments:

At 6:07 da tarde, Blogger PR said...

36?

 
At 6:48 da tarde, Anonymous Anónimo said...

33, suponho.

 
At 7:03 da tarde, Blogger c said...

eu já tinha lido esse post, mas não vale, "é extra jogo", diz o árbitro

ok, justiça seja ;-)

 

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