PÁSCOA EM NOVA IORQUE
(fragmento)
Senhor, quando Vós morrestes, o pano fendeu-se,
O que estava por detrás, ninguém o disse.
Na noite a rua é como se fosse uma ferida,
Cheia de ouro e sangue, de fogo e lixo.
Os que Vós expulsastes do templo a chicote,
Agridem os transeuntes com um punhado de patifarias.
A Estrela que desapareceu então do Tabernáculo,
Arde pelas paredes na luz crua dos espectáculos.
Senhor, o banco iluminado é como um cofre-forte,
Onde foi coagulado o Sangue da vossa morte.
Tradução de Liberto Cruz.
Senhor, quando Vós morrestes, o pano fendeu-se,
O que estava por detrás, ninguém o disse.
Na noite a rua é como se fosse uma ferida,
Cheia de ouro e sangue, de fogo e lixo.
Os que Vós expulsastes do templo a chicote,
Agridem os transeuntes com um punhado de patifarias.
A Estrela que desapareceu então do Tabernáculo,
Arde pelas paredes na luz crua dos espectáculos.
Senhor, o banco iluminado é como um cofre-forte,
Onde foi coagulado o Sangue da vossa morte.
Tradução de Liberto Cruz.
Blaise Cendrars, pseudónimo literário de Frédéric-Louis Sauser, nasceu suíço no dia 1 de Setembro de 1887. Filho de um homem de negócios, cedo se habituou à vida de andarilho. Conta-se que aos 15 anos terá fugido de casa, depois de o pai o ter fechado num quarto na sequência de um castigo motivado por vários escândalos. Em 1906 encontra-se em S. Petersburgo, onde leva uma vida miserável. Três anos depois parte para Berna, onde segue um curso universitário. Já em 1911 parte para Nova Iorque, com a intenção de se juntar à sua amada. Em Julho de 1912 instala-se em Paris onde lança Les Hommes Nouveaux. No mesmo ano publica Les Pâques à New York. Em 1915 perde a mão direita na guerra e, dois anos depois, amputam-lhe todo o braço. A vida de Blaise Cendrars foi uma constante aventura, com viagens pelas sete partes do mundo e outras tantas ocupações para ganhar a vida. Condecorado com a Légion d’Honneur por André Malraux, no ano de 1958, faleceu em 1961 na sequência de vários ataques.
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