Vós olhais as flores no meio das folhas:
Quanto tempo de bom podem elas ter?
Hoje temem que alguém as colha
Amanhã aguardam que alguém as varra
Cativantes os entusiasmos do coração
Após vários anos envelhecem
Comparado com o mundo das flores
O fulgor do vermelho como o conservar?
Versão de Ana Hatherly.
Quanto tempo de bom podem elas ter?
Hoje temem que alguém as colha
Amanhã aguardam que alguém as varra
Cativantes os entusiasmos do coração
Após vários anos envelhecem
Comparado com o mundo das flores
O fulgor do vermelho como o conservar?
Versão de Ana Hatherly.
Han-Shan foi um poeta chinês que terá vivido no século VII. O seu nome está associado ao budismo Zen, sendo-lhe atribuídos 311 poemas. O tradutor Arthur Waley introduziu-o no mundo anglo-saxónico em 1954. Dois anos depois, o poeta beat Gary Snyder traduziu e publicou 24 poemas de Han-Shan na revista Evergreen Review. Conta a lenda que Han-Shan (Montanha-Fria) tomou o nome da montanha onde instalou um retiro. Embora fosse referido nos Novos Anais dos Tang e apreciado até ao século XI, foi praticamente ignorado do século XII ao século XVII. Apaixonado pela liberdade, entregou-se a um trabalho interior de solidão sem se deixar tentar pelas rotinas das religiões ou das filosofias estabelecidas. (a partir de O vagabundo do Dharma – 25 poemas de Han-Shan, Cavalo de Ferro, Outubro de 2003)
2 Comments:
"Como a água límpida brilha como uma pedra preciosa,
E cuja transparência permite enxergar o fundo,
É a mente, dentro da qual nenhuma coisa existe;
Por isso os objetos exteriores não conseguem movê-la,
Já que ela não é abalada por objetos externos,
É eternamente imutável.
Se conseguirdes compreender isso
Terás obtido a sabedoria que ultrapassa os opostos."
(Han Shan)
"Subindo o caminho da Montanha Gelada, a Montanha Gelada segue e segue, longa garganta engasgada com pedregulhos e pedras, riacho amplo e capim borrado de névoa, o limo é escorregadio apesar de não ter chovido, os pinheiros cantam mas não há vento, quem é capaz de saltar sobre as amarras do mundo e sentar-se comigo entre nuvens brancas? (Han Shan, tradução de Japhy Ryder)
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