DA METÁFORA COMO CHARRUA
O votivo eco da chuva nas mudas
searas do verão onde percebemos,
até onde o olhar alcança, o movimento
dissonante de dois rapazes espantando
pardais, o último rastilho da inocência.
Eis o imperturbável fôlego da metáfora
devassando os diáfanos campos da mente,
hoje, quando o candente minério das coisas
se converte noutra possibilidade. A evasiva
liberdade do entardecer o desejado antídoto
para a natureza do espírito alienado.
searas do verão onde percebemos,
até onde o olhar alcança, o movimento
dissonante de dois rapazes espantando
pardais, o último rastilho da inocência.
Eis o imperturbável fôlego da metáfora
devassando os diáfanos campos da mente,
hoje, quando o candente minério das coisas
se converte noutra possibilidade. A evasiva
liberdade do entardecer o desejado antídoto
para a natureza do espírito alienado.
Paulo Teixeira nasceu em Lourenço Marques, actual Maputo (Moçambique) em 1962. Licenciou-se em Geografia e Planeamento Regional pela Universidade Nova de Lisboa. Como poeta, pertence a uma geração revelada durante a década de 80, afirmando-se rapidamente como uma das suas vozes mais importantes. Em 1983 foi-lhe atribuído o Prémio Revelação de Poesia da APE pelo livro Epos (1987). Publicou, entre outros, os livros As Imaginações da Verdade (1985), Conhecimento do Apocalipse (1988), Túmulo de Heróis Antigos (1999) e Orbe (2005).
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