O SOCO PARTIDO DO MONUMENTO É DESTRUÍDO
O soco partido do monumento é destruído.
Uiva o aço da picareta.
A mistura de cimento particularmente dura
Foi calculada para durar milénios.
Veio tão depressa o tempo de reavaliar,
E é tão óbvia a presente lição:
Excessiva preocupação com a eternidade,
Sinceramente, não traz grande vantagem.
Mas como se agarram mortalmente estas pedras,
Com furiosa força – é preciso suar.
Excessiva preocupação com o olvido
Não exige também menos trabalhos.
Tudo o que no mundo saiu da mão do homem
Pela mão do homem pode ser reduzido a escombros.
Mas o caso é que
Na sua essência, a pedra
Não é boa nem má.
Uiva o aço da picareta.
A mistura de cimento particularmente dura
Foi calculada para durar milénios.
Veio tão depressa o tempo de reavaliar,
E é tão óbvia a presente lição:
Excessiva preocupação com a eternidade,
Sinceramente, não traz grande vantagem.
Mas como se agarram mortalmente estas pedras,
Com furiosa força – é preciso suar.
Excessiva preocupação com o olvido
Não exige também menos trabalhos.
Tudo o que no mundo saiu da mão do homem
Pela mão do homem pode ser reduzido a escombros.
Mas o caso é que
Na sua essência, a pedra
Não é boa nem má.
Tradução de Manuel de Seabra.
Alexandr Tvardovsky nasceu em 1910 em Zagorye, na região de Smolensk. Começou a publicar poemas na imprensa tinha 14 anos e aos 18 anos reuniu todos os seus poemas e foi mostrá-los ao poeta Mikhail Isakovsky, a quem se deve a publicação do seu primeiro livro, O caminho do socialismo, saído em Moscovo, em 1931. Estudou no Instituto de História, Filosofia e Literatura de Moscovo. Foi director da revista Nóvy Mir e ganhou o prémio Lenin em 1961. Morreu de doença prolongada, no dia 18 de Dezembro de 1971.
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