RASGAS A FRIA NOITE COMO UM DARDO
Rasgas a fria noite como um dardo
em fogo
e logo
a flâmula como um pêndulo
desce sobre o peito
donde nasce um sol obscuro e virgem.
Através dos ramos levo-me – levas-me –
puro e simples para os ventos
mesmo que triste, inconsútil e leve.
Mas, como se de pedra fosse o ilimitado
de coral ou ilha
o gesto falha inútil
e impetuosamente caímos sobre o limo
deflorados e neutros para o dia.
em fogo
e logo
a flâmula como um pêndulo
desce sobre o peito
donde nasce um sol obscuro e virgem.
Através dos ramos levo-me – levas-me –
puro e simples para os ventos
mesmo que triste, inconsútil e leve.
Mas, como se de pedra fosse o ilimitado
de coral ou ilha
o gesto falha inútil
e impetuosamente caímos sobre o limo
deflorados e neutros para o dia.
Max Martins nasceu em Belém do Pará em 1926. A partir de 1934, fez estudos nas áreas de Literatura, Poesia, Artes e Filosofia, nunca abandonando o estatuto de autodidacta. Colaborou na revista literária Encontro, em 1948, e publicou os primeiros poemas no Suplemento Literário da Folha do Norte em 1946 e 1951. Lançou o seu primeiro livro, O Estranho, em 1952 (edição do autor). Publicou sempre em edições pouco divulgadas, de curta distribuição. É director de um núcleo de cursos na área de linguagem verbal, aberto a estudantes de nível médio, universitários e interessados na literatura de um modo geral, conhecido como Casa da Linguagem. Recebeu em 1993 o prémio de poesia Olavo Bilac, concedido pela Academia Brasileira de Letras, pelo livro Não para Consolar. »
<< Home