INSÔNIA
Coalham, quando imersas
no breu pulsante, estrelas;
dissolve-se, durante
seu voo noturno, um denso
cardume de morcegos;
convivem quase idênticos
negrumes (água negra
com negro óleo – imiscíveis),
de modo que inexiste,
nas trevas movediças,
mais noite que a dos olhos
nem há zero absoluto
ou absoluto sono
enquanto o olhar acuse
nuances no discreto
fulgor da neomênia.
no breu pulsante, estrelas;
dissolve-se, durante
seu voo noturno, um denso
cardume de morcegos;
convivem quase idênticos
negrumes (água negra
com negro óleo – imiscíveis),
de modo que inexiste,
nas trevas movediças,
mais noite que a dos olhos
nem há zero absoluto
ou absoluto sono
enquanto o olhar acuse
nuances no discreto
fulgor da neomênia.
Nelson Ascher nasceu em São Paulo no ano de 1958. Poeta, tradutor e jornalista, cursou medicina, administração e semiótica. Começou a colaborar na imprensa na década de 1980, escrevendo sobre literatura, cinema e política. Em 1988/89 criou a Revista USP, tornando-se seu editor até 1994. Estreou-se na poesia, em 1983, com Ponta da Língua.
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