Palavras que rebentam. aflorando
a pedra, a solidão. deslizam, vagas,
gramaticais, roendo inconformadas
as arestas, o atrito, puras. quando
nos líquidos, no éter, na distância,
diluem-se e morrem acabadas.
não nos corpos, nas rugas, nas arcadas:
combatem, rumorosas, cal e cântico.
é difícil atarem corpo e vida
aos que vivem e morrem subjacentes
subjazendo, talhados para mina.
mas despertadas, bem ou mal medidas,
rebentam em ogiva, funcionais
chamas supostamente adormecidas.
a pedra, a solidão. deslizam, vagas,
gramaticais, roendo inconformadas
as arestas, o atrito, puras. quando
nos líquidos, no éter, na distância,
diluem-se e morrem acabadas.
não nos corpos, nas rugas, nas arcadas:
combatem, rumorosas, cal e cântico.
é difícil atarem corpo e vida
aos que vivem e morrem subjacentes
subjazendo, talhados para mina.
mas despertadas, bem ou mal medidas,
rebentam em ogiva, funcionais
chamas supostamente adormecidas.
Nuno Guimarães nasceu em Vila Nova de Gaia no ano de 1942. Licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Coimbra, foi professor do Ensino Secundário. Guitarrista e poeta, estreou-se em 1970 com Corpo Agrário. Colaborou em algumas revistas. Faleceu em Agosto de 1973, vítima de leucemia.
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