7.3.08

Quem é a actual ministra da educação que passou do anarquismo para a cadeira do poder mas que não pára de semear revolta e contestação ao poder?

In pimenta negra: Em 1976, a meio do curso de Sociologia, parte para Moçambique com o marido. Tem 21 anos e quer ajudar a revolução. Permanece quatro anos. Primeiro em Maputo, no Ministério do Trabalho, onde trabalha na área da formação profissional; depois no Monapo (Nampula), num complexo fabril em que se extrai óleo de sabão a partir de copra e se descasca caju. Responsável do sector social (creche, refeitório, cantina) e da formação profissional, desenvolve junto dos 2500 operários um programa de alfabetização em massa, que decorre à hora de almoço ("a empresa dava uma hora, os operários outra"). (...) Decide que não ficará quando, com os 40 outros cooperantes portugueses, se vê forçada a assistir à aplicação "ao vivo" da lei do chicote, introduzida pelo regime de Samora Machel. Regressa a Portugal e ao ISCTE (...). Faz a tese de licenciatura vivendo no terreno a célebre greve dos Vidreiros da Fontela - carregada de "momentos de fortíssima expressão com um lado festivo muito sublinhado" - em meados da década de 80. Reata entretanto o contacto, agora mais próximo no plano académico, com João Freire, com quem se cruzara na sede do jornal "A Batalha", órgão histórico do anarco-sindicalismo, e com Maria Alexandre Lousada, com quem colara etiquetas no jornal, em 1975. Na Biblioteca Nacional integra a equipa que pesquisa toda a documentação anarco-sindicalista em Portugal. Lá está: a vida dá voltas.

17 Comments:

At 2:05 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Os diversos comentadores têm tido algumas luzes (pistas, suspeitas) do que de facto se passa, mas não entram no cerne do problema. Por ingenuidade? Não o iria afirmar. Porque o caso é este: a actual senhora ministra continua a ser anarco e tal, como referem. Sendo inteligente e de alta qualidade ideologico-revolucionária, a breve trecho se deu conta de que neste país de aparentes brandos costumes o libertarismo não tinha muitas hipóteses, a não ser que...Como diz o ditado, todo o burro come palha, o que é preciso é saber-se dar-lha.
Daí que tenha, com boa estratégia, aceite o convite do "premier", que por seu turno é um compagnon de route mas pelo lado jdanovista.
De mansinho tem dado a lume, em acordo íntimo com os outros executivos ministeriais, esses todos enformados na doutrina marxiana, tendencia groucho, uma série de reformas e despachos que calam fundo na alma professoral.
E aí temos que, com habilidade, fez o que uma centena de anarcas, que em geral só destróiem candeeiros públicos e uma que outra montra da Zara ou da macdonalds, levaria quatrocentos e vinte anos a fazer.
E viva...sei lá, talvez o brakunine.

adriano celentano

 
At 7:03 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Então o Pacheco Pereira e o Durão Barroso e muitos mais? A que partidos pertenciam?

No Secundário há de facto bons professores, que com certas "grelhas" ficam sub-avaliados. Mas, a maioria...
Aqui há uns tempos,-lembram-se dos mini-concursos? - só ia para o Ensino quem não sabia fazer mais nada.Foi sempre uma profissão maioritariamente feminina, porque era mal paga e modesta.
Essa mitologia da "vocação" e da "missão" era uma grande "história". Igual à minha estupefacção, quando entrei na Faculdade num curso de Literaturas e verifiquei que não estavam lá os amantes da leitura e da poesia, ou sequer da comunicação, mas sim os "falhados" dos Cursos de Ciências; que tinham má nota a Matemática e não podiam aspirar nunca a medicinas, arquitecturas ou mesmo biologias ou nutrição.

Não tenho a menor dúvida que esta "indignação" é uma arregimentação política:

-primeiro o aerorto.
-depois a Saúde
-agora a Educação

E esta vitimização a falar em fascismo e intimidação policial é cómica.
Parecem certos jogadores de futebol a deitarem-se ao chão e a fazerem-se aos penalties.
Então com mais de 600 camionetes a entrarem no centro de uma cidade, ao mesmo tempo, não tem que haver planificação da Segurança?

Com Maria de lourdes ou sem ela, o estatuto dos setôres está em mutação e vai mudar mais. Baixa natalidade, Bolonhas, mutações culturais,alunos de outras origens, em segunda geração, etç.

A vida continua...por enquanto.

Gonçalo Ramires

 
At 2:35 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Gonçalo Ramires...Cheira-me a espadachim medieval! Pelo menos mostra uma tendencia simpática e muito correcta em meter a cabecinha no capacete da armadura completa - sem deixar aberta a viseira para os olhos distinguirem.
Também me agradou o estilo varapau que mostra em defesa da senhora que está ministra.Não deve ser por se tratar dum lambe-botas, será mesmo por convicção.
Também muito agradável a defesa que faz da estratégia policial para proteger as ruas e praças da capital do reino.
Sim, porque para se arranjarem boas informações, fidedignas, que melhor que os labutadores chuis irem colher informação mesmo na fonte??!
E se isso pareceu intimidatório é porque os professores, como este Gonçalo transplantado da medievalidade mostra com argúcia, são uma cambada de subversivos, arregimentados em sindicatos, irmandades e outras coisas tenebrosas.
Gonçalo Ramires, qual Sir Galahad moderno, vela.
Cuidado, servos da gleba!

Cedric Barba Ruiva, bárbaro e prof

 
At 11:11 da manhã, Anonymous Anónimo said...

O Gonçalo Ramires é a voz típica da contra-informação.
Mais nada.

Lucas

 
At 12:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

O Gonçalo Ramires faria bem em ler com atenção o documento que ontem os professores emitiram.
Ele é tão claro que só uma pessoa mal-intencionada não perceberá o que opõe os professores ao actual executivo.
E não acho que ele seja mal intencionado, quando muito será um excessivo, vulgo fanático.
Ou nem será isto, será apenas por teimosia.

Jorge Vaz Rolo

 
At 8:58 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Ilustres e informados comentaristasd:
O Gonçalo Ramires é a personagem central de um livro do inventor da "choldra". Ora, nem mais. o EÇA. Aprendam, que não duro sempre.Não é o Ega, dos Maias, nem o Conselheiro Acácio, nada de confusões iletradas.
Hoje, vi reportagens na TV, da "Indignação". Estava lá a "classe operária" toda, maila a Direita mais oportunista, que andam a "aquecer" há semanas. Certos setôres e setôras que fizeram declarações, eram de uma boçalidade de "facies" e de discurso, que já estou compo o Júdice, com quem até nem simpatizo, não os queria para professores dos meus filhos.

Gonçalo Ramires

 
At 9:04 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Peço desculpa das gralhas, pois o assunto já maça tanto, que nem apetece rever o texto.

 
At 9:56 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Não é o assunto que maça, é você.
O Gonçalo Ramires, pelos vistos, para além de arrogante também se mostra relativamente pateta. Um simpático pateta, quando muito.
Vem, dum modo engarotado e sobranceiro, dar cházadas com um ridículo "aprendam, que não duro sempre" que na sua mentalidade de escada abaixo deve pensar ser irónico quando é apenas rasteiro. Nota-se que deve ser fulano de reduzida tonelagem a nível da cabecinha pensadora.
De resto, um pássaro bisnau tão peculiar que, para justificar a senhora que por aí anda como ministra, apenas nos dá este argumento tabernícola: citar o Júdice, um imenso talentarrão como todos os cidadãos que o ouvem na tv sabem.
E insulta as pessoas que se manifestaram, como é seu direito, esvurmando de passagem a sua raiva à classe operária.
Fica bem aos ramires agirem assim, é o seu timbre de pobres diabos. Maldosos, tacanhos, velhacos.
Deve ter tido muito maus professores, é o que digo com o sarcasmo suficiente e o desprezo competente.

Jorge Vaz Rolo

 
At 2:59 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Os seus insultos e o seu estilo prolixo e pomposo, que vagamente reconheço de um certo sítio, fazem-me rir. Ainda bem que o consegui irritar, sinal de que acertei no alvo, mesmo sem ser ofensivo para a sua microcefalia evidente.
Você mais os "todos bons" setôres e setôras que apoia, vá impingir a outro, que não estavam lá na "Indignação", milhares de não-docentes da Direita repelente e oportunista e outros tantos CGTPs, BE(s), camaradas,e outos "corporativos", etc.
E agora esperneie para aí os logros que lhe apetecer, pois de "choldra" já me chega.


G. R.

 
At 11:31 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Claro que reconhece. Foi a mesma pessoa que na escola onde você arremanga lhe deu uma ensaboadela que o reduziu publicamente ao seu valor de batráquio e que pelos vistos lhe ficou atravessada. Então, cobardemente, vem insultar e dizer que os outros é que insultam.
Tenha pudor, senhor...Ramires.

J.V.Rolo

 
At 4:40 da tarde, Anonymous Anónimo said...

A conversa deste ramires é a conversa típica da contra-informação mas também do reaccionarismo mais repelente e sombrio.
Como professor digo que é um discurso mal cheiroso que repudio.

Lucas Rodrigues

 
At 5:41 da tarde, Anonymous Anónimo said...

O que acho espantoso neste tal suposto ramires que só tem importancia por ser um exemplo acabado de fascizante primário, é que as sandices que expele são praticamente iguais às do grotesco Santos Silva, que tenta impingir a ideia de que uma simples manifestação de cidadãos bem-pensantes e que neste caso até pensam bem é uma tentativa de derrubar o estado democrático.
Pelos vistos, a insensatez tanto existe num grande como num ramires.
Claro, afinal uns elegem os outros, são verdadeiros vasos comunicantes e é disto que a política rasca se nutre.

Pedro Mauro

 
At 10:01 da tarde, Blogger jp said...

Ontem estive em Lisboa e o que me chamou a atenção foi um mar de gente envelhecida, cansada, perdida e a lutar porque teve de ser, e é a imagem perfeita do que somos, um cantinho recolhido, encolhido, envelhecido e gasto da Europa, bem patente nesta amostra de comentários.
Nas manifes. de 70, era eu um puto entre os 8 e 12 anos e ia a todas, ainda se via um brilho nos rostos, apesar dos bigodes e das bocas de sino :), ontem só vi desilusão e até resignação, veja-se a cor escolhida o preto, o luto, mas que merda assim não vamos lá.

 
At 12:33 da tarde, Anonymous Anónimo said...

O Nelson é um opinador cheio de genica.
Ficou desiludido por a manifestação dos professores não ser uma festa colorida como no PREC.
Uma dessas festas em que se forjou afinal o país que temos, lutuoso e doente.
O Nelson ficava contente era se os professores, em vez de velhos cansados, pois como o Nelson deixa saber não há professores novos em Portugal, fossem talvez putos de 12 ou 8 anos, como ele quando ia às festividades da revolução a que tínhamos direito.
Ou seja, o que o Nelson quer é romarias divertidas.
O Nelson é um pimpão que, se calhar, não se assume. Ou se desconhece.
Mas o Nelson vai perder outra vez o braço, ou os miolos, na sua batalha de Trafalgar de brinquedo.
Aqui vai um rebuçado e um balão de cores garridas para o Nelson.
E uma corneta de lata, para ficar bem feliz.

Macambúzio de Loures

 
At 12:49 da tarde, Blogger jp said...

obrigado!

 
At 4:32 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Ao menos este reage com fair-play ao divertido coment do macambúzio de loures.
Não é um carrancudo en colère como o não sei quê ramires.
É a diferença que se aprecia entre um brincalhão mas sem maldade e um estraga albardas furibundo.
Venham mais cinco.

Flinger

 
At 2:43 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Muito bem, Nelson. "A palavra é de prata e o silêncio é de ouro". Sobretudo com camaleões marados, que usam a velha e predadora técnica de atacar o mensageiro para tenntar destruir a mensagem.

J.

 

Enviar um comentário

<< Home