18.9.08

APRENDER A CONTAR #3

REALEZA

Uma bela manhã, numa terra de gente adorável, uma mulher e um homem magníficos gritavam na praça pública. «Amigos, quero que ela seja rainha!» «Quero ser rainha!» Ela ria e tremia. Ele falava de revelação, de prova terminada. Desfaleciam nos braços um do outro.
E efectivamente foram reis, por toda uma manhã, quando tons carminados se ergueram sobre as casas, e por toda uma tarde, para os lados dos jardins de palmeiras.

Jean-Arthur Rimbaud (1854–1891), Iluminações / Uma cerveja no inferno, trad. Mário Cesariny, p. 37, Estúdios Cor, 1972.
#1 / #2

1 Comments:

At 6:29 da tarde, Anonymous Anónimo said...

fez-me lembrar a parte em que as paredes se tingem de carmim num vídeo do andy cahill todo giro.

http://www.youtube.com/watch?v=Fer_vdrd2L4

 

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