4.9.05

O Cancro da Democracia

«Depois de saber o nome do especialista que o podia salvar, a primeira chamada foi para Manuel Dias Loureiro, o amigo social-democrata de há mais de 20 anos. (…) Imediatamente, Dias Loureiro falou com Durão Barroso, o primeiro-ministro do governo de coligação PSD/CDS. (…) A partir de São Bento, Durão Barroso ligou directamente para o Palácio do Eliseu, em Paris, e pediu a ajuda do Presidente francês. Jacques Chirac ligou pessoalmente para a clínica parisiense e marcou uma consulta em nome de Jorge Paulo Sacadura Coelho, para dali a dois dias.»
In Sábado, 26 de Agosto 2005

Jorge Paulo Sacadura Coelho, mais conhecido, segundo a revista Sábado, por Buldózer, Bombeiro, Homem do aparelho, Malabarista, soube que tinha um cancro e, felizmente para ele, safou-se. O relato da “onerosa batalha” que Coelhone teve de travar contra a doença, deixou-nos comovidos e felizes pela determinação que sempre havíamos reconhecido ao famigerado socialista. Pena é que tantos cidadãos portugueses não tenham a mesma determinação contra os cancros de uma democracia onde as amizades salvam vidas, porque ainda que tudo feito às claras e dentro da lei, reconheça-se, a lei está feita à medida daqueles que melhor sabem e podem servir-se dela. Homem do aparelho, pois então, Coelhone soube servir-se da democracia à portuguesa como poucos saberão. Nada contra. Não vos esqueceis porém, caros leitores, que se por obra e azar do destino vos aparecer o bicho no corpo, o melhor a fazer será telefonar de imediato ao amigalhaço Dias Loureiro. Ou, na pior das hipóteses, ao próprio Coelhone. Por certo eles farão tudo para que no máximo dentro de dois dias, estejais numa clínica parisiense a ser tratado por especialistas. Viva a democracia à portuguesa, servida a frio por quem melhor dela se serve! P.S.: A ver se não me esqueço de arranjar rapidamente um amigo nas finanças em Leiria.