10.9.05

Un en deux

Moi,
C'est toi;
Nous, c'est toi-moi;
NOUS DEUX c'est UNE fois;
Coeurs-de-nous, c'est, Dieu-Ciel en soi;
Si un jour, SEULE et SEUL... Enfer d'effroi!!!
Jamais! Elle est ma reine, et Moi je suis son roi.


Xavier Forneret


Xavier Forneret nasceu em Beaune no dia 16 de Setembr0 de 1809. Conhecido por O Homem de Negro ou também por O Desconhecido do Romantismo, foi escritor e violonista. Personalidade controversa, sempre a atrair as atenções do público, serviu de inspiração a alguns surrealistas como Breton – que o incluiu na sua Antologia do Humor Negro -, depois de esquecido, durante anos, no limbo das suas extravagantes edições (impressão em caracteres enormes; espaços imoderadamente em branco; duas ou três linhas por página; texto só ao alto; a palavra FIM posta muito antes do livro terminar, seguindo-se um post-scriptum; poemas impressos a vermelho e títulos de género diferente; etc). Da mesma geração que Nerval, Xavier serviu-se da fortuna do seu pai para publicar as suas obras. Compôs dramas (L’Homme Noire, 1834), poesia (Vapeurs ni vers ni prose, 1836), aforismos e contos. Escreveu durante toda a sua vida, exilado do contacto humano e das suas origens burguesas, até ao dia da sua morte – 7 de Agosto de 1884.