A PONTE
Entre instante e instante,
entre eu sou e tu és,
a palavra ponte.
Entras em ti mesma
ao entrar nela:
como um anel
o mundo fecha-se.
De uma margem à outra
há sempre um corpo que se estende,
um arco-íris.
Eu dormirei sob os seus arcos.
entre eu sou e tu és,
a palavra ponte.
Entras em ti mesma
ao entrar nela:
como um anel
o mundo fecha-se.
De uma margem à outra
há sempre um corpo que se estende,
um arco-íris.
Eu dormirei sob os seus arcos.
Octavio Paz nasceu no México no dia 31 de Março de 1914. Diplomata durante vários anos, o que lhe proporcionou o contacto com múltiplas culturas e múltiplos sistemas de valores, abandonou a carreira em 1968, quando era embaixador na Índia, como forma de protesto contra o massacre de estudantes mexicanos pelo Governo do seu país. Seguidamente, viveu em Paris e foi professor em Cambridge, tendo regressado ao México em 1971, onde fundou e dirigiu a revista Plural, uma das mais prestigiadas publicações do género em toda a América Latina. A atribuição, aos setenta e seis anos de idade, do Prémio Nobel da Literatura, veio coroar uma longa série de distinções internacionais. Escritor humanista aberto a todas as formas de expressão, a sua obra sintetiza admiravelmente a herança cultural do México com o saber contemporâneo numa reflexão sobre os limites do tempo e as raízes do Homem em que «a sua poesia apaixonada, de horizontes amplos» surge como a forma suprema de liberdade. Faleceu em 1998. (A partir de Antologia Poética [1935-1987], organizada por Luís Pignatelli)
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