os amantes de novembro são fugazes como adolescentes;
invadem as pensões viradas para o tejo da mesma forma
que os putos faltam a química e investem nos apartamentos
vazios a meio da tarde. uma queca rápida e sonora
para depois regressarem como se o mundo inteiro lhes coubesse
num sorriso. os amantes de novembro não entendem a calma
nem a preciosidade da sedução; são famintos e cegos e
brutos, e prestam pouca atenção aos orgasmos que não chegam.
ficam o vinho e o limbo e uma pesada herança
para o futuro. fica o apartamento vazio a meio da tarde,
uma janela debruçada ao rio, as paredes infectas de cheiros.
depois regressam, com todo o mundo a encher-lhes o sorrir.
Fernando Dinis
5 Comments:
gostei de ler, fernando
eu também.
e eu, também :)
Só não gotei do fim. É demasiado "bonzinho" e convencional.Um poema destes, não pode desaguar assim. Era preciso algo mais forte. Um orgasmo de jeito...
november, talvez tenhas razão...
quem sabe se um dia não faça uma versão 'core' do poema!
obrigado a todos
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