Beyoncé é boa é boa é
No Y, uma pequena nota sobre Beyoncé dá conta de que «da mesma forma que o comunismo condenou o rock por ser ‘decadente’, também hoje as autoridades iranianas censuram os vídeos R&B – enquanto a juventude islâmica acompanha as nádegas de Beyoncé». Ora aí está uma forma subtil de educar as massas e de fazer política. Na verdade, o rock começou por ser condenado pelo capitalismo por ser desviante. Foi isso que levou muitos cantautores, com inclinações comunas, a prescindir da folk mais tradicionalista em prol das guitarras eléctricas. O revisionismo histórico está, sem dúvida, na moda. No meio disto, safam-se as nádegas – e não só - de Beyoncé.
1 Comments:
Não se pode comparar o moralismo da época, fechado, restritivo, castrador, com o de hoje.
As pessoas que criticam esse suposto "R&B" - que não é mais do que uma versão eletrônica do disco-funk dos anos 70-80 - e, aqui, o "funk carioca", não podem de forma alguma ser comparadas com as pessoas que criticavam o samba-de-roda e o maxixe no início do século XX ou o rock'n'roll na década de 50.
Hoje o que está em jogo quando se criticam as coisas é um certo exagero na vulgaridade e uma pobreza artística dos ritmos novos. Mas aí você diz "mas isso é o argumento dos moralistas do passado". Mas aí eu digo, se observarmos bem, os motivos que levam as pessoas a rejeitarem a vulgaridade de hoje são completamente diferentes, porque as pessoas hoje não se apegam a cruzadas católicas mofadas, nem a purismos moralistas retrógrados. O que as pessoas que criticam a vulgaridade querem é apenas a volta da decência na música, ao invés da vulgaridade marqueteira que usa o mau gosto de forma gratuita. Antes, os críticos eram apenas preconceituosos. Hoje, os críticos são dotados de muito conceito.
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