ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA
a poesia está morta
mas juro que não fui eu
eu até que tentei fazer o melhor que podia para salvá-la
imitei diligentemente augusto dos anjos paulo torres carlos drummond de andrade manuel bandeira murilo mendes vladimir maiakóvski joão cabral de melo neto paul éluard oswald de andrade guillaume apolinaire sosígenes costa bertolt brecht augusto de campos
não adiantou nada
em desespero de causa cheguei a imitar um certo (ou incerto) josé paulo paes poeta de ribeirãozinho estrada de ferro araraquarense
porém ribeirãozinho mudou de nome a estrada de ferro araraquarense foi extinta e josé paulo paes parece nunca ter existido
nem eu
mas juro que não fui eu
eu até que tentei fazer o melhor que podia para salvá-la
imitei diligentemente augusto dos anjos paulo torres carlos drummond de andrade manuel bandeira murilo mendes vladimir maiakóvski joão cabral de melo neto paul éluard oswald de andrade guillaume apolinaire sosígenes costa bertolt brecht augusto de campos
não adiantou nada
em desespero de causa cheguei a imitar um certo (ou incerto) josé paulo paes poeta de ribeirãozinho estrada de ferro araraquarense
porém ribeirãozinho mudou de nome a estrada de ferro araraquarense foi extinta e josé paulo paes parece nunca ter existido
nem eu
José Paulo Paes nasceu em Taquaritinga, estado de São Paulo, em 1926. É poeta, tradutor, crítico e ensaísta. Com formação na área de Química, trabalhou durante anos num laboratório farmacêutico. Teve também uma longa experiência de editor, sobretudo na Cultrix. Aposentado, passou a dedicar-se aos projectos de tradução. Iniciou a sua actividade literária colaborando na revista Joaquim, dirigida por Dalton Trevisan. A estreia na poesia deu-se em 1947, com o livro O Aluno. A sua obra poética foi reunida, em 1986, sob o título Um por todos. Faleceu no dia 09.10.1998.
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