O saloio atingido
Este tipo de coisa é capaz de fazer sucesso na província, onde as pessoas querem a todo o custo ser modernas, ou então junto da rapaziada que acabou o curso e vai estourar o primeiro salário do Banco num jantar com glamour. Tomam a impertinência por savoir faire e têm a ilusão de jantar no Le Cirque.
É este tipo de coisa que consegue tirar-me do sério, este snobismo bacoco, não ciente da sua mesquinhice, estes preconceitos aparvalhados em quem mais deles se queixa, estas generalizações absurdas. Daqui lhe digo, meu caro, que nascido provinciano e na província arrumado, no que a assuntos do estômago toca não há modernice dessa que me aconchegue. A malta daqui que eu conheça, trabalha para a factura e exige simpatia, mesmo que de toalha desarrumada, a quem lhe leve o pão à boca. A factura dá jeitinho, até para pôr nas despesas quando as despesas o permitem. E não me venha cá com o «é capaz de», a defender-se de uma mentalidade estereotipada que apenas se lhe perdoa por você ser quem não é. Dizia o bom Pacheco, em carta dirigida a Mano Forte, que: «Os saloios, como sabes, somos nós todos – vistos de Paris.» A sua perigosa generalização o confirma. Até prova em contrário. Edit e sublinhados meus.
É este tipo de coisa que consegue tirar-me do sério, este snobismo bacoco, não ciente da sua mesquinhice, estes preconceitos aparvalhados em quem mais deles se queixa, estas generalizações absurdas. Daqui lhe digo, meu caro, que nascido provinciano e na província arrumado, no que a assuntos do estômago toca não há modernice dessa que me aconchegue. A malta daqui que eu conheça, trabalha para a factura e exige simpatia, mesmo que de toalha desarrumada, a quem lhe leve o pão à boca. A factura dá jeitinho, até para pôr nas despesas quando as despesas o permitem. E não me venha cá com o «é capaz de», a defender-se de uma mentalidade estereotipada que apenas se lhe perdoa por você ser quem não é. Dizia o bom Pacheco, em carta dirigida a Mano Forte, que: «Os saloios, como sabes, somos nós todos – vistos de Paris.» A sua perigosa generalização o confirma. Até prova em contrário. Edit e sublinhados meus.
Adenda: Este acrescento do C. S. A.
12 Comments:
E o inferno são os outros.
Caro anonymous, eu, apesar de sartriano q.b., cada vez mais me convenço de ser o meu próprio inferno. Não leve a mal, mas que a citação estava a pedi-las…
De modo algum! Em modos, fico contente por ter tido em conta a sua etiqueta, E aqui fica mais um momento kodak!
Ó homem, o Pacheco!? Que raio de escolha a sua! O Pacheco é um provinciano do carago!
Afinidades... Saberá que ele andou cá pela terra. E olhe que deixou marca.
O pessoal "urbano" só sabe comer num sitio! É preciso dizer onde?
Querido saloio Henrique, não vê que a comida da cultura é outra coisa (brincando).
Ora vai-me ler, se não conheces o Contra-Prova, e depois diz-me qualquer coisa.
Aqui:
http://www.contra-prova.blogspot.com/
Ah, e ele também sabe línguas, o Lourenço Viegas.
CSA, não tens mãos a medir. Ora aí está um para juntar aos afins da gastronomia.
Anonymous, não estrague a conversa que ia tão boa...
as críticas ao restaurante até podem ser válidas (não tenho como saber) mas o post é de facto triste
fala de impertinência mas depois remata a "crítica" com o comentário mais impertinente e prepotente que, nem por isso, se adivinharia no início do post
... peculiaridades, é o que é!
Caem o obvio e o improvavel, juntos.
Ainda aqui estou..
Já vi. Saúde,
Enviar um comentário
<< Home