SEM ESPINHAS
É teatro, comunicação ao texto. Eu olho para o Presidente e digo assim: Presidente, tu tens os olhos todos por fora da cara. O Presidente não percebe e, enaltecido de receios, sorri a mim. E diz: tu és um homem inteligente. E também: é pena que sejas um pouco desligado, quer dizer, parece que tens potencial mas não o queres utilizar.»
Eu pergunto:
Presidente, queria dizer potencial ou virtual, não serei eu uma actualização do virtual, já que o potencial não existe e o que existe não resulta da potência, que afinal nunca se vê, mas das virtualidades do amor?
O Presidente fica ligeiramente incomodado,
não tanto por ter que decidir se vai responder a nível infra-estrutural, mas sobretudo porque queria um sinal meu, um pequeno aceno da cabeça (como se costuma dizer) que confirmasse o seu intuito de me ajudar__
É aqui que eu (sabido na mentira) me distingo do resto da humanidade, digo ao Presidente. Que se um indivíduo tenta ajudar-me, Presidente, eu fico logo turbulento e sinto uma urgente vontade de o matar. _____Só me lembro de mais uma coisa que lhe queria dizer: não são lindos os pontinhos luminosos que temos por em cima da cabeça?
Rui Costa
Eu pergunto:
Presidente, queria dizer potencial ou virtual, não serei eu uma actualização do virtual, já que o potencial não existe e o que existe não resulta da potência, que afinal nunca se vê, mas das virtualidades do amor?
O Presidente fica ligeiramente incomodado,
não tanto por ter que decidir se vai responder a nível infra-estrutural, mas sobretudo porque queria um sinal meu, um pequeno aceno da cabeça (como se costuma dizer) que confirmasse o seu intuito de me ajudar__
É aqui que eu (sabido na mentira) me distingo do resto da humanidade, digo ao Presidente. Que se um indivíduo tenta ajudar-me, Presidente, eu fico logo turbulento e sinto uma urgente vontade de o matar. _____Só me lembro de mais uma coisa que lhe queria dizer: não são lindos os pontinhos luminosos que temos por em cima da cabeça?
Rui Costa
4 Comments:
devo estar a ficar mesmo burra.não percebi nada Rui, mas o som agradou-me
Aurora
(ainda sobre a catedral)
Dá vontade de perguntar ao poeta de onde vem esse esforço que leva o homem a nada dizer à sua senhora.
Falava-se de esforço,não era. Era orgulho e este sim é deselegante.
Algures ali fora
uma cabeça
o medo abre-se nos olhos
e depois
ninguém o consegue fechar
(cont.)
Tem consciência disso?
À porta da catedral, a senhora tenta lembrar-se da canção.
-Era qualquer coisa sobre laranjeiras...espantoso como ainda me lembro.Nunca tinha ouvido a canção e não a ouvi até ao fim...mas sim era qualquer coisa sobre laranjeiras.
Ah-suspira-só porque estou em silêncio não quer dizer que não esteja presente.Apenas me escondi.
(cont.)
Apenas se escondeu.
Se calhar assustou-se.
Dá vontade de por-me a adivinhar e dizer ao homem:
Sua vesguinha tonta,procure a sua senhora!!
Entretanto, a catedral sorri de tanta melancolia cómica.
Quanto ao presidente,seja um espinosa e coma bombocas, fazem bem à barriga
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