16.5.07

La escopeta cobarde de su pasión disimulada

Há pessoas que não conseguem falar claro, falam por parábolas e por metáforas que tornam muito difícil o diálogo. Essas pessoas cansam-me. Não porque despreze esse tipo de "jogos", mas porque quem muito fala por parábolas tende a ver no que os outros dizem um sentido oculto que, muitas vezes, não existe. Ou seja, nós tendemos a interpretar o discurso dos outros à medida do nosso discurso. É por isso que quem fala por parábolas só com quem em parábolas lhe responde pode alguma vez dialogar. É uma questão de código linguístico, difícil de ultrapassar e limitadora das relações humanas. Assim, quando me falam por parábolas prefiro calar-me. Prefiro não dar resposta, evitando equívocos e investindo, tanto quanto me for possível, na relação com a pessoa. Por vezes é impossível, mas nem sempre.


P.S.: O título do post não é nenhuma metáfora. É um título acidental, roubado a Juan Ramón Jiménez num livro onde um burro se mostra bem mais inteligente e afectuoso que a maioria dos homens.

2 Comments:

At 12:04 da manhã, Blogger André Moura e Cunha said...

Acaso falas mal de Nosso Senhor Jesus Cristo? Seu sacrílego. E ainda por cima pões o pobre do Platero como contraponto... :)
Abraço

 
At 2:12 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Jesus Cristo não foi burro, foi apenas parvo. Mas sobre isso já escrevi no Insónia: http://antologiadoesquecimento.blogspot.com/2005/12/heresias-insones.html .

 

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