22.9.07

O SORRISO AOS PÉS DA ESCADA

O actor português Pedro Alpiarça, de 49 anos, morreu ontem, cerca das 13.30, depois de ter saltado do quinto andar do Hospital de Santa Marta, em Lisboa. Segundo algumas testemunhas, o actor terá partido uma janela, daquele piso, atirando-se em seguida. As informações sobre as causas que terão motivado este acto ainda estão por apurar. Pedro Alpiarça iniciou-se no teatro universitário da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, grupo de teatro onde viria a trabalhar entre 1984 e 1990. No entanto, entre 1989 e 1994, fez parte da companhia de teatro A Barraca, sob a direcção de Hélder Costa, integrando o elenco das peças Liberdade em Bremen , de Rainer Werner Fassbinder, O Avarento, de Molière, Floresta de Enganos, de Gil Vicente ou ainda A Cantora Careca, de Ionesco. Participou ainda com Maria de Céu Guerra na peça O Último Baile do Império, de Josué Montello, entre outros trabalhos. Passou também pelas companhias Teatro Veredas, onde trabalhou com Adriano Luz, O Nariz - Teatro de Grupo e a Teatroesfera, onde encenou o espectáculo O Erro Humano, em 1999. Em 2002, co-fundou o Teatro Mínimo. Estreou-se no cinema no filme Glória, de Manuela Viegas, em 1999. E participou em filmes de Carlos Braga e Vítor Candeias. Foi actor regular na televisão, integrando o elenco de variadas séries e sitcoms. Em 1993 participou em Ideias com História, dois anos depois entrou em Nico D'Obra, série com Nicolau Breyner. A partir de 1998, começou a entrar em formatos mais cómicos. Participou em Os Malucos do Riso, nesse ano; em 1999 entrou em Não És Homem Não És Nada, seguindo-se em 2001 a Fábrica das Anedotas. Mais recentemente, fez algumas participações na série Os Batanetes, da TVI, na Maré Alta (SIC) e n' Prédio do Vasco. O seu último trabalho na TV foi em Vingança, onde teve um pequeno papel.
Recuperado da crise que o levava com frequência ao Hospital de Santa Marta, em Lisboa, o actor melhorou e começou a procurar trabalho junto das produtoras. Sem projectos profissionais e sem dinheiro, Pedro Alpiarça começou a entrar em depressão. Depois do bem sucedido desempenho no filme ‘Dot. Com’, seu último grande trabalho, o actor via-se no desemprego. Apesar de afastado dos estúdios de TV e dos palcos onde fez carreira, das palmas e do carinho do público, Pedro Alpiarça apresentava sempre um sorriso que disfarçava a mágoa. “Era uma pessoa dócil, sensível, mas se calhar impreparado para enfrentar estes embates da vida”, confessou um amigo ao CM.Anteontem à tarde, após uma ida ao Hospital de Santa Marta, onde o seu problema de saúde estava a ser seguido, Pedro Alpiarça partiu o vidro de uma janela e atirou-se do quinto andar. Foram infrutíferas as tentativas de reanimar o actor que, já cadáver, foi conduzido à morgue do Hospital de São José.Pedro Aliparça é autopsiado esta manhã e ao fim da tarde será velado na Sociedade Guilherme Cossoul, cuja direcção integrava. A data do funeral ainda não está definida. Pedro, segundo o irmão António, “queria ser cremado”.O actor, que integrou ‘A Barraca’, destacou-se nas séries televisivas ‘Batanetes’, ‘Maré Alta’, ‘Malucos do Riso’ e ‘O Prédio do Vasco’’.
O actor Pedro Alpiarça, que recentemente participou na série televisiva "Os Batanetes", morreu ao início da tarde de anteontem. Tinha 49 anos e terá perdido a vida por ter saltado do quinto andar do Hospital de Santa Marta, em Lisboa. Testemunhas citadas pelos jornais dizem tê-lo visto partir uma janela do edifício e a saltar logo de seguida.Apesar de mais conhecido na televisão - integrou ainda "Nico d'obra", "Malucos do riso", "Não és homem nem és nada", "Maré alta" e "Prédio do Vasco" -, Pedro Alpiarça fez o essencial do seu percurso artístico no teatro, integrando companhias como A Barraca, Teatro Veredas, O Nariz - Teatro de Grupo e a Teatrosfera. Em 2002, foi co-fundador do Teatro Mínimo. No cinema estreou-se em 1999, no filme de Manuel Viegas "Glória". Este ano integrou a comédia "Dot.com", de Luís Galvão Teles.

5 Comments:

At 8:18 da tarde, Blogger ana salomé said...

muito muito triste.
é muito triste o que o pano esconde quando se fecha e as palmas se calam.
...
muito muito triste.

 
At 8:58 da tarde, Blogger ruialme said...

perante a morte, tudo o mais q se possa divagar é acessório... mas pergunto a mim mesmo quantas linhas teria, e se teria..., este actor na notícia da sua morte (qualquer q tivesse sido a causa), se não tivesse entrado em programas baratinhos para grandes audiências.

 
At 2:49 da manhã, Anonymous Anónimo said...

actor talentoso e pessoa maravilhosa. há poucos tão bons.

 
At 6:09 da tarde, Blogger Luis Eme said...

Viver nos nossos dias, não é nenhuma pêra doce...

A comédia portuguesa fica mais pobre!

 
At 10:36 da tarde, Anonymous Anónimo said...

saltou de um 5º andar, depois de lhe terem recusado ajuda médica.

Precisou de ajuda médica porque em Portugal os artistas não têm quaisquer regalias sociais e passa muito tempo sem trabalho devido à intermitência da profissão.

 

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