CARTAGO
Lacraus de guaita sob pedras soltas
Marcadas em mapas de Leipzig, e carros eléctricos
Correm frívolos meandros sobre ossos deixados;
Pó eterno guia portalós ensombrados
À púnica necrofilia revelada
Em tangentes sem tempo, vistas das torres altas
De uma jovem catedral, basílicas rachadas
Pela longa competição das horas e do tempo
De cada ruína. A sombra de Cristo
E de Amílcar e dos recentes mortos
Apoiam o velho argumento: que os caprichos são marcados
Pela risada eterna do céu. Os lábios
Sangrantes desta aldeia esboroante, com o grito
De crianças mendigas, provam que pedra e lacrau mentem.
Marcadas em mapas de Leipzig, e carros eléctricos
Correm frívolos meandros sobre ossos deixados;
Pó eterno guia portalós ensombrados
À púnica necrofilia revelada
Em tangentes sem tempo, vistas das torres altas
De uma jovem catedral, basílicas rachadas
Pela longa competição das horas e do tempo
De cada ruína. A sombra de Cristo
E de Amílcar e dos recentes mortos
Apoiam o velho argumento: que os caprichos são marcados
Pela risada eterna do céu. Os lábios
Sangrantes desta aldeia esboroante, com o grito
De crianças mendigas, provam que pedra e lacrau mentem.
Tradução de Manuel de Seabra.
Allan Sillitoe nasceu no dia 4 de Março de 1928 em Nottingham. Trabalhou como operário, juntou-se à Royal Air Force em 1946, tendo sido destacado para cumprir serviço na Malásia, onde contraiu tuberculose. Começou a escrever durante o internamento, tendo depois vivido em França e Espanha. Foi aí que redigiu o seu primeiro romance: Saturday Night and Sunday Morning (1958). Autor de uma vasta obra ficcional, afirmou-se como poeta a partir da publicação de The Rats and Other Poems (1960).
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