A POLÉMICA
Fico a saber, através do Coriscos, que anda para aí polémica entre VPV e MST. Não é novo o desaguisado. Até eu, que não os leio, sei que há muito andam de costas voltadas. Mas juntos davam um belo partido: VPV-MST. Como não li o livro de MST nem a crítica que VPV lhe dedicou, ficar-me-ei apenas pela existência da polémica. Ao contrário da Helena, julgo serem estas polémicas muito reveladoras e edificantes. Não são um insulto ao público, é o próprio público que se deixa insultar no acto de compra do jornal. Sabemos bem que o público português aprecia ser insultado, por isso compra estas polémicas, entesa-se com elas, baba-se a cada injúria, a cada farpa, a cada invectiva como quem presencia um milagre. Há uma razão para este paupérrimo estado de coisas, essa razão é o facto de andarmos todos de mãos nos bolsos, com a cabeça enfiada na gola, a escondermos podres que, fossem assumidos, há muito teriam tirado gravidade a vários factos que a não merecem. Porque, regra geral, somos cobardolas, deixamo-nos entusiasmar, qual criança arisca de dedo imerso no pacote do açúcar, com as transgressões dos outros. É verdade que, no caso em causa, muito pobre e previsível parece ser a transgressão. Ainda assim, pagamos para ver o outro transgredir, frustrados que havemos de ser toda a vida por nunca nos darmos ao risco de ultrapassar os limites.
3 Comments:
Henrique,
Não quero entrar em polémicas, porque "para este peditório já dei" muitas vezes. Mas, entendo que se deve discernir entre "violência doméstica" e "crimes de sangue". Não tenha a menor dúvida que das centenas de milhar de portuguesas que são sovadas, e maltratadas ao longo de décadas, só uma pequena percentagem chega à Polícia. E que das "assassinas" muitas sofreram esse duro e longo calvário.
Ainda há alguns meses, uma senhora da média burguesia, que conheço, me telefonou em depressão profunda porque o marido, diante do filho, nora e netos pequenos, a tentou agredir enquanto vociferava: "És uma puta e uma puta velha". Só porque se atreveu a discordar de uma determinada orientação educacional das crianças. Aconselhei-a a reflectir sobre "violência doméstica".
E por aqui me fico.
Este comentário abaixo, refere-se ao post "violência doméstica".
respondi então
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