A CONSOADA DOS POBRES
Moelas e cogumelos de entrada, mais um patê de atum que estava uma delícia. Seguiram-se as sapateiras, regadas com um branco da Cartuxa, e o polvo com natas. Olarila! Para sobremesa, um doce de banana, molotof, arroz doce, bolo-rei, pão de ló e coscorões vários. O café foi acompanhado por um licor Beirão. Depois abri quatro gigantescos sacos de presentes, dois para a Matilde e dois para a Beatriz. Prendas dos avós, das tias, amigos mais chegados, em suma, uma canseira de bonecos, pinturas, jogos, roupa e sei lá mais o quê. Sentei-me à mesa com o meu cunhado e queixámo-nos do consumismo, falámos da grande via e do anarquismo ontológico, das prendas que oferecemos um ao outro (eu dei-lhe o Debaixo do Vulcão, ele deu-me O Quadro Negro da Samira Makhmalbaf). Isto enquanto a minha irmã se estreava no karaoke, os putos começavam a destruir os primeiros presentes, os velhos esforçavam a pestana. E pronto, é assim a consoada dos pobres. Agora vou almoçar a casa dos meus sogros, que isto a vida não está para aventuras.
2 Comments:
Dos pobres, o caraças!!! E essas comezainas todas podem dar cá uns ataquezinhos de asma...! Ok! Salve-se a pinga!
Bom Natal!
Que mais se pode desejar? Assim, de repente, até me apetece continuar pobre eternamente e insistir em não jogar no euromilhões.
Tem um bom natal que a consoada foi excelente.
Enviar um comentário
<< Home