9.2.08

Micros da Borderline #4

Este ano houve uma festa de natal com amigos aqui em casa e como detesto decorações tradicionais, resolvi fazer algo diferente: enrolei um tubo de luz vermelha em torno do cavalete, coloquei lá uma pintura de um chaparro inacabado da minha autoria e no topo ficou o que mais se aproximava de uma estrela: não foi a gata Lua, mas sim um relógio inserido num corpo forrado a tigresse, com duas antenas prateadas, terminando em bolas de peluche e com uns sapatos pretos dependurados em pés de pano rosa, com um vidrinho brilhante na ponta. Fiquei apenas preocupada com um casal bastante católico que cá vinha, mas eles reagiram bem: chegaram com o filho e eu avisei-os logo de que não havia presépio, porque estavam eles presentes. Quanto à árvore de natal, colocaram as prendas debaixo do cavalete e a meio da festa um deles disse-me:
- Agora é que eu percebi, é um sobreiro, a árvore natal.

Maria João