PASSADEIRA VERMELHA
O Pedro Correia convidou-me a escrevinhar no Corta-Fitas. Pois bem, aproveito o convite para confessar o meu lado mais reaccionário. A opção não se fundamenta em quaisquer preconceitos acerca desta casa e dos seus ilustres moradores, mas confissões deste calibre seriam intoleráveis no meu tugúrio. Em que se manifesta, então, o meu lado mais “reaça”? Em pormenores tão simples como numa aversão epidérmica a certos processos de aculturação, o que, dito de outra forma, num conservadorismo inato quanto a matérias tão fundamentais como Carnaval, selecção nacional e língua portuguesa. Já sei, colocar a língua portuguesa no mesmo patamar das restantes matérias é facilmente censurável. Como certo dia terá escrito Pessoa (compreenderão que ninguém pode estar certo de que tenha sido realmente Pessoa, o Fernando, a escrevê-lo): “Minha patria é a lingua portuguesa”. E Pessoa escreveu isto num tempo em que sintaxe se escrevia “syntaxe”, ortografia escrevia-se “orthographia”, escrita era o mesmo que “escripta” e português terminava em “z”. Pelo menos era assim que o Fernando escrevia. Nada disto pode servir de argumento a favor do acordo ortográfico. Como diria o meu amigo Victor (ou será Vítor?), Henrique, eu mesmo, jamais poderá ser Enrique. Faltando-me o “H” falta-me o pouco de aristocrático que o destino me outorgou.
Continue a ler em Corta-Fitas.
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4 Comments:
henrique:
eu VOMITO só de pensar em escrever Húmida sem h
Alguém já pensou escrever homem sem H?
Onde é que vamos encontrar os homens com H GRANDE?
Se agora que o H existe e está lá, e eles não se encontram, no futuro, com ele ausente, como será?
OMEM?
MF
homem?
omem?
ó mãe!!!!
L, dizem que Guronsan ajuda. :)
MF,
Nunca vi rastro de cobra
Nem couro de lobisomem
Se correr o bicho pega
Se ficar o bicho come
Porque eu sou é home
Porque eu sou é home
Menino eu sou é home
Menino eu sou é home
E como sou!...
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