4.6.06

Hoje fui ao mercado

Ir à feira do livro de Lisboa é quase como ir ao circo. Há leões domados, cães amestrados, cavalos dançarinos, chimpanzés acrobatas, elefantes pesarosos. Há também trapezistas e equilibristas. Mas mais uma vez estranhamos a ausência da magia. Não obstante na barraca das Quasi acontecer algo do impensável: na compra de um livro de saldo, a oferta de um panfleto a anunciar o aluguer de apartamentos em Albufeira. Com sala e kitchenet.

8 Comments:

At 1:11 da tarde, Blogger manuel a. domingos said...

foi mesmo fantástico! (será que surreal se pode aqui aplicar?)

o melhor é que o jorge réis-sá estava na barraca da d. quixote a autografar o seu romance. será que tinha consciência do que se "passava" na sua barraca?

 
At 1:50 da tarde, Blogger JMS said...

A mim o que me disseram, Henrique, foi que eles ofereciam DOIS livros na compra de UM panfleto, e SEIS na compra de uma frigideira Quasi Anti-Aderente. Se me informaram mal, tenho pena, pois estava tentado a dar uma saltada à feira do livro (a minha frigideira agarra tudo, só serve para fazer ovos mexidos)

 
At 2:03 da tarde, Anonymous Anónimo said...

é mesmo do outro mundo. eu nem queria acreditar. além desse panfleto há ainda um outro (Edite o seu livro!), a anunciar «design profissional, paginação e distribuição». é de um tal atelier produção editorial. termina assim: «Ao serviço da sua leitura». porra, se isto não é vender a banha da cobra.. mas o das férias é mesmo inesquecível: aluga-se apartamento t1, montechoro-Albufeira, quinzenas de julho/agosto, á semana/dia nos restantes meses. fotos da kitchenet, sala, quarto e vista. é incrível.

 
At 3:51 da tarde, Blogger Unknown said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
At 3:52 da tarde, Blogger Unknown said...

mas lanço a pergunta, que preferem vocês: um dos novos lançamentos das quasi ou um apartamento na belíssima e tradicional vila de albufeira tão portuguesa? eu fico-me pela frigideira Quasi Anti-Aderente, assim o que é chato não pega!

 
At 4:00 da tarde, Blogger JMS said...

O mercado editorial é uma selva, onde quem não cresce, morre. Não me espanta, por isso, que os sagazes editores da Quasi tenham optado por uma estratégia de diversificação do produto. Esse é um dos segredos da nova gestão empresarial; repara que a General Electrics tanto fabrica lâmpadas como carros como bombas (e possivelmente, também medicamentos para as vítimas das suas bombas). Folgo pois em saber que o livro tende a ser apenas um dos muitos produtos dentro do Grupo Quasi, e mal posso esperar pelo próximo passo da empresa: a entrada fulgurante no mercado de acçoes bolsistas.

 
At 12:33 da manhã, Anonymous Anónimo said...

«uma selva, onde quem não cresce, morre»

Não estou assim tão certo disto. Uma selva sim. Mas não crescer não determina a morte.

 
At 11:52 da manhã, Blogger JMS said...

Por enquanto ainda não. Mas esperemos para ver o que o futuro nos reserva. A ideia que eu tenho é que o mercado livreiro tende cada vez mais para um afunilamento da oferta, em torno de diversas variedades de literatura light. Quando tudo, em termos de comercialização, estiver definitivamente entregue (já faltou mais) ao grupo bertrand e ao grupo fnac, veremos o que irá acontecer às editoras que ainda insistem em editar qualidade. Uma coisa parece desde já certa: ou encontram novos circuitos de distribuição (unindo esforços, de preferência) ou são obrigadas a editar para as montras da bertrand ou da notícas.
Mas talvez eu esteja a ser demasiado pessimista.

 

Enviar um comentário

<< Home