Orações de Ponette
11
Canto pelo bosque
desenhado na fronha
da minha almofada
escrevo a vermelho
nas paredes da casa
desenhada na fronha
da minha almofada
? tu ouves-me homem ao meu lado
de dedos longos sem luvas
que bordas sozinho uma capa milagreira
para sair à noite
malha de Tóris para abordares as filhas de Sace
? tu ouves-me homem ao meu lado
com sangue na almofada.
12
Para te ver oleio
o meu cachimbo
alto condor dormir dentro
vale torrado.
13
No quarto escuro
continuo a revelação dos textos
recuperados na Casa Verde
da novela “O Alienista” de Machado de Assis.
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7, 8, 9, 10
Nuno Moura
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