Orações de Ponette
4
Como é que eu poderia dizer-te
se, depois, ao lavar a faca com os dedos e com sabão
e às vezes só com um dedo e com um pano na língua
e se algo caísse eram peles a mais, calos, soluços, como?
5
Cirrose, a doença dentro de mim não está a salvo.
Tocam a “morte da raposa” por uma lasca.
A ave de arribação voa do caco.
6
Eu sei que há um deus que se alimenta
do bicho do amor que trago debaixo da costela.
Esse deus abre-me a pele e regenera-se.
O bicho do amor é parvo.
1, 2, 3
Nuno Moura
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