recuso ver que face
na tua face a tempo pousa
o agrimensor
da sombra
ouvir que voz repete
a tua voz dormida
junto ao pão
os instrumentos
talhados sobre
a boca
na água viva o sopro
alvoroçado
na tua face a tempo pousa
o agrimensor
da sombra
ouvir que voz repete
a tua voz dormida
junto ao pão
os instrumentos
talhados sobre
a boca
na água viva o sopro
alvoroçado
António Franco Alexandre nasceu no dia 17 de Junho de 1944 em Viseu. Estudou Matemática e Filosofia em França e nos EUA. Viveu entre 1962 e 1969 em Toulouse, partindo depois para Harvard. Regressou a França em 1971, ficando a viver em Paris. É Professor de Filosofia na Universidade de Lisboa desde 1975. O seu primeiro livro foi Distância, publicado em 1969. Foram-lhe atribuídos o Prémio de Poesia da APE (2000), o Prémio Luís Miguel Nava (1999) e o Prémio Literário Correntes d'Escritas / Casino da Póvoa (2005). Poeta significativo da actual poesia portuguesa, afirmou-se com um «discurso centralmente inovador» a partir da década de 70, exemplo de uma prática de efeitos intelectuais e de meios semânticos a que se junta uma certa técnica de distanciação narrativa. Herdou as diversificadas experiências de linguagem poética pós-poesia 61. (respigado daqui e dacolá)
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