[dez de janeiro. só o silêncio responde]
não sei se alguma vez viste
crescer a morte sobre um corpo
é como uma infância
de que se desconhecem os modos
ou o lento estalar de um vidro
são como imagens as imagens
partidas esse abandono de partir
o que em água viram os olhos
por esse lençol subido de silêncio
sobe nu de tempo um homem
com mãos devagar de luz
a morte cresce com ele
é o seu corpo que poderá ser
a palavra
crescer a morte sobre um corpo
é como uma infância
de que se desconhecem os modos
ou o lento estalar de um vidro
são como imagens as imagens
partidas esse abandono de partir
o que em água viram os olhos
por esse lençol subido de silêncio
sobe nu de tempo um homem
com mãos devagar de luz
a morte cresce com ele
é o seu corpo que poderá ser
a palavra
Pedro Sena-Lino nasceu em 1977 em Lisboa. Sexualmente interessado em Deus, licenciou-se em Estudos Portugueses e é mestre em Literaturas Românicas. Tem exercido crítica literária no jornal Público e no Canal De Livros. Profissionalmente, é ainda gerente, director e formador da Companhia do Eu. Autor de diversos ensaios, o seu primeiro livro de poesia foi publicado em 2000 e intitula-se Constelação dos Antípodas. Está representado em várias antologias e colaborou com algumas revistas. Da sua obra poética destacam-se ainda os livros Biofagia (2003) e Deste Lado da Morte Ninguém Responde (2005).
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